Ação Social

Marinheiro do litoral do Paraná atua no resgate de vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul

"Maninho" resgata diariamente pessoas e animais e detalha tragédia

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Uma cidade embaixo d’água, com pessoas e animais sendo resgatadas de um dilúvio, tudo isso em um cenário que mescla milhares de pessoas sendo solidárias, mas também de muita tristeza, mortes, prejuízos e até mesmo assaltos. É esse o cenário que o marinheiro Daniel de Amorim Cardozo, o “Maninho”, 31 anos, morador de Pontal do Paraná, encontrou e segue vivendo diariamente no Rio Grande do Sul, onde, segundo último balanço da Defesa Civil Estadual divulgado na manhã da quinta-feira, 9, 107 pessoas morreram devido às enchentes, bem como ainda há 136 desaparecidos e mais de 164 mil desalojados, em um total de 425 municípios gaúchos afetados.

“É uma situação muito triste. Eu não aguentei ficar em casa vendo isso e a gente está aqui. A viagem foi longa e cansativa até aqui. Estamos fazendo resgates emocionantes, com extrema dificuldade, mas tudo isso também é muito gratificante. A equipe cresceu e vai crescer mais. Muito triste mesmo a situação, é um cenário sem palavras para descrever de tanta tristeza”, ressalta Maninho, que atualmente está atuando em Eldorado do Sul, Canoas, entre outros municípios.

Ele não foi sozinho nesta ação de solidariedade, foi com uma equipe com cinco marinheiros, 11 salva-vidas, duas lanchas e dois jet-skis, levando para as vítimas 15 cestas básicas, 100 fardos de água, remédios e tudo que conseguiram levar. Até agora, já salvaram uma infinidade de pessoas e animais, tanto que a contagem é impossível.

“Além da tragédia com relação às vítimas, o cenário é muito difícil, com falta de mão de obra qualificada e de embarcações. Nossa luta é para resgatar toda vida, muitas pessoas e animais ainda estão lá precisando do nosso apoio, somos a linha de frente e não vamos descansar até o último sair. Ajudar nossa causa não é apenas nos impulsionar-nos e ter a certeza que todo mundo que está lá merece uma nova chance”, afirma Daniel, que destacou que está no Rio Grande do Sul “sem data para voltar”. 

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“Nossa luta é para resgatar toda vida, muitas pessoas e animais ainda estão lá precisando do nosso apoio, somos a linha de frente e não vamos descansar até o último sair”, destaca o marinheiro / Foto: Divulgação/Daniel de Amorim Cardozo

Roubos e apoio policial

Segundo ele, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, precisa continuamente dar apoio a ele e diversas embarcações que atuam nos resgates, visto os assaltos e roubos de cargas que ocorrem em pleno momento de caos.

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“Eles estão dando o apoio no barco e em terra pra gente, porque estão roubando jet ski e barco é mais visado ainda pra saquear, pra roubar. Então tá um caos, cara, isso aqui tá um caos. Pra você ter uma ideia, o barco fica lá no estacionamento da DEIC, porque na quarta-feira, 8, roubaram um posto de gasolina. Os caras estão metendo a arma, roubando, levando. Tá muito complicado”, afirma Maninho. 

Doações e apoio ao trabalho de resgates

Segundo o marinheiro, há muitas pessoas que querem ajudar no litoral e em todo o Brasil, mas não conseguem ir até o Rio Grande do Sul, mas há outras formas de colaborar. “Está precisando de muitas coisas aqui. A água aqui acabou, está muito complicado, precisa de ração para os animais. Resgatamos muito animais aqui, hoje a gente resgatou bastante. O pessoal não está querendo descer das casas, algumas famílias, porque baixou 20 centímetros, mas nesta quinta-feira, 9, vai fechar o tempo, eles vão querer sair, então iremos trabalhar em um cenário pior ainda”, ressalta.

“Já começou a moer os barcos. Na quarta-feira, 9, já quebrou hélice, manter isso, temos que correr atrás de gasolina. É complicado, a gente não tem data pra voltar, se puderem nos ajudar via PIX, toda a ajuda é bem-vinda”, ressalta Maninho, deixando  o pix 41991226068 para doações de moradores para prosseguir com suas ações de resgate no Rio Grande do Sul.

Confira vídeos dos resgates:

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Leonardo Quintana Bernardi

Jornalista graduado pela PUC-PR com atuação desde 2012 no jornalismo impresso, online e em audiovisual, bem como em assessoria de comunicação. Já trabalhou em órgãos públicos, jornais locais, freelances em veículos de alcance nacional e desempenha suas funções na Folha do Litoral News desde 2017. Defensor do jornalismo como meio de transformação social.