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Economia

Estabelecimentos mostram a força do comércio de bairro

Consumidores encontram comodidade e criam relação de confiança

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A facilidade de encontrar o que precisa sem precisar se deslocar até o centro comercial da cidade é um dos maiores benefícios do comércio de bairro. Hoje, quase tudo pode ser encontrado perto de casa: padarias, mercados, lojas de roupas, farmácias e outros comércios. Além da facilidade que esses locais proporcionam aos moradores, os clientes criam afinidade e uma relação de confiança com os vendedores.

A atual proprietária de uma loja de vestuário que existe há 28 anos no Parque São João, Crislaine Maria Golanowski, destacou que o diferencial de um comércio de bairro é a conquista de clientes que residem nas proximidades do estabelecimento. Após alguns poucos investimentos que ocasionaram mudanças na loja, houve incentivo ainda maior para a procura pelos moradores. “Mudamos nosso método de trabalho, alteramos marcas, começamos a trabalhar com mais rotatividade, fazemos novas compras sempre para oferecer mais coisa nova aos clientes, sem deixar de lado a promoção, que é a chave do negócio”, disse Crislaine.

 

 

A relação de confiança entre clientes e vendedores é mais comum em lojas de bairros que naquelas localizadas no centro. Um exemplo é a forma de pagamento, que em muitos locais ainda é feita com base no crediário, em que o cliente parcela sua compra e volta à loja para pagar. “Trabalhamos com crediário por alguns anos, mas hoje só temos com aqueles que são clientes há muitos anos, porque sabemos que podemos contar com eles”, destacou Crislaine.

Para Fernanda Adriana Sgarboza, também proprietária de uma loja de vestuário no Parque São João há 11 anos, o comércio de bairro cria uma proximidade com cada cliente e morador. “A gente cria uma afetividade, acabamos virando amigos, conhecemos todos pelo nome, o tamanho da roupa de cada um, a gente pensa mais em cada um. Quando a gente viaja, já pensa no cliente quando vê o produto”, disse Fernanda.

 

 

Apesar de muitas coisas contarem a favor do comércio de bairro, Fernanda também observou um ponto negativo. “No centro, as pessoas estão passando e param para olhar e comprar. Aqui não temos isso, por isso o nosso foco é atender bem e fidelizar, ligamos, adicionamos nas redes sociais, virando amigo dos clientes”, relatou Fernanda.

 

MUDANÇAS ORIUNDAS DA CRISE

A fim de evitar endividamentos, os consumidores têm mudado o comportamento e procurado, quando podem, realizar o pagamento à vista. “As pessoas vêm para comprar, mas compram à vista e, com isso, pedem desconto. Antes, elas optavam mais por pagamentos com cartão e parcelamento, agora estão mais com a cabeça centrada”, comentou Crislaine.

Além da mudança de comportamento gerada pelos clientes para conter os gastos, as lojas também tiveram que se adequar e procurar alternativas para atrair o público. “O fluxo diminuiu, mas os clientes fiéis foram mantidos, mas eles não extrapolam mais tanto nas compras. Tive que me adaptar com estoque, já que estava acostumada a trazer muitas peças, fazer promoções, e comprar do fornecedor à medida que os produtos saíam da loja. E, desta forma, começou a melhorar”, analisou Crislaine.

A adaptação com a crise, como contou Fernanda, já foi facilitada com a mudança dos próprios fornecedores. “Reduzimos um pouco o estoque, passamos a comprar peças mais baratas com qualidade semelhante. Se ele levava cinco, hoje leva quatro, mas não fica sem comprar. As fábricas repassaram o valor para a gente, melhoraram o desconto. Eu vejo isso de forma positiva porque os preços estavam muito surreais”, afirmou Fernanda.

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