Rafael Adriano dos Santos, mais conhecido como Rafinha, junto com seu pai Orlei, dá aulas de futebol para crianças e jovens de seis a 16 anos. O contato com tantos alunos, cerca de 120 em Morretes e Paranaguá, cidades na qual atuam, possibilitou a criação de vínculos afetivos, e os alunos são tratados como filhos pelo professor. Mas, neste ano, além de receber um feliz Dia dos Pais dos seus alunos, terá um em especial.
Rafael descobriu há cinco meses ser pai de Nicolen, de sete anos. A mãe não contou sobre a paternidade durante a gravidez nem nos últimos anos, decidindo então no último mês de março fazer a revelação e trazer uma grande alegria para o professor e toda sua família.
Registro foi feito no primeiro encontro com a filha após confirmar a paternidade
“Já considero meus alunos como meus filhos, criou-se o vínculo e eu sempre tive o sonho de ser pai, o que muda a minha relação com eles. A gente cria uma identidade com eles, tem essa troca e é muito gostoso”, comentou Rafael, destacando o contato com as crianças.
O professor contou como recebeu a notícia de que era pai quando desconhecia este fato até o início deste ano. “Descobri que sou pai de um envolvimento que tive e gerou uma filha, mas a mãe nunca tinha me procurado pelos motivos dela. A princípio foi um susto, sempre quis construir uma família e o trabalho com as crianças incentivou ainda mais isso em mim. Foi uma surpresa, tudo de imediato, procurei saber sobre o porquê disso não ter acontecido antes”, relatou Rafael.
Rafael e o pai Orlei dão aulas de futebol para crianças de seis a 16 anos, os quais já são considerados filhos devido à aproximação criada dia a dia
Quando conheceu Nicolen, já com sete anos, Rafael não demorou para saber que ela era realmente sua filha. Os traços eram semelhantes e o contato foi da forma mais natural possível, assim como a recepção da notícia pela família. “Tive a curiosidade de conhecer mais ela, reuni minha família, contei sobre o caso e todo mundo ficou um pouco assustado no início. Desde que soube, aceitei fazer o exame de DNA e fui a Curitiba para registrá-la. Neste dia, fui apresentado a ela como um amigo, mas quando olhei para ela, vi a feição e tenho irmãs que são muito parecidas, parece que algo já tinha mexido comigo. Hoje, procuro ser o mais próximo possível”, disse.
Este, portanto, será o primeiro Dia dos Pais de Rafael ao lado de sua filha, o que traz uma ansiedade maior pela chegada da data. “É uma novidade para mim, não sei bem como vai ser. Mas, acho que vai ser muito legal, ela está bem ansiosa também e estará em Paranaguá comigo. Ela aceitou a situação muito bem, fui buscar ela na escola no dia que contamos a ela que eu era o pai e fui recebido de forma muito natural. Parece que nunca houve essa ausência. Vejo que foi realmente um presente”, conclui Rafael.