conecte-se conosco

Cultura Viva

Culpas

De quem é o erro: da família, da escola, da sociedade – a quem caberá a responsabilidade por vidas jovens ceifadas estupidamente, morrendo em…

Publicado

em

De quem é o erro: da família, da escola, da sociedade – a quem caberá a responsabilidade por vidas jovens ceifadas estupidamente, morrendo em estradas, longe de casa, vítimas da pressa, pressa de viver, eles que pela lógica têm uma vida inteira pela frente? Quem lhes fornece o atestado de que já podem decidir por si mesmos qual o comportamento a seguir? O progresso trouxe tantas coisas novas e nem pensadas no passado. Máquinas potentes, engenhos fantásticos, drogas milagrosas. Tudo é facilitado ao homem de hoje. Distâncias encurtadas, o tempo dominado, o desconhecido conquistado. Mas o sofrimento e a dor continuam indomados. O sentimento de uma mãe ao perder um filho é o mesmo – independente do tempo ou lugar. A morte, sabemos, é contingência dos seres vivos; um dia ela chega, indesejada sim, mas inevitável. Mas que venha a seu tempo, finda a tarefa, concluídas as etapas – e também quando esgotados todos os recursos, para adiar a sua presença. Todos nós queremos ter, pelo menos, o consolo de velar à cabeceira de nossos doentes até a hora final, para que no momento supremo o nosso calor, nosso carinho estejam presentes. Por isso dói-nos tanto essa morte brutal, ao relento, sem amparo. Por que os jovens não pensam um momento antes de calcarem o pé no acelerador, que mais importante que o domínio que têm sobre a máquina é a cicatriz profunda num coração de mãe.

 

Publicidade










Em alta

plugins premium WordPress