Felicidade: Entre o céu e a terra

Na nossa primeira conexão, terça-feira passada, enfatizei um pensar paralelo, provocativo e de ligação da felicidade com a infelicidade na nossa caminhada de vida. E hoje eu quero iniciar exatamente do fim do texto da semana passada, do desejo resplandecente da nossa “totalidade humana”. Eis que estou dirigindo o meu carro em direção à Curitiba e ao ligar o aplicativo é reproduzida uma música belíssima composta pelo grandioso Padre Fábio de Melo denominada “Humano Amor de Deus”. Quem me conhece sabe o quanto sou movido pela inspiração e pelo coração e ao ouvir aquela música não pude controlar as lágrimas, tendo a certeza absoluta que ali estava o enredo definido da minha segunda coluna. A música inicia já com a linda mensagem de “Tens o dom de ver estradas onde vejo fim”. No refrão da música: “Quando a solidão doeu em mim. Quando o meu passado não passou por mim. Quando eu não soube compreender a vida. Tu vieste compreender por mim. Quando os meus olhos não podiam ver. Tua mão segura me ajudou a andar. Quando eu não tinha mais amor no peito. Teu amor me ajudou a amar. Quando o meu sonho vi desmoronar. Me trouxeste outros pra recomeçar”. Uma música que nos convida para uma profunda espiritualidade e para um processo reflexivo da nossa dimensão humana, dos nossos inúmeros confrontos existenciais e da grandeza da vida no encontro com o divino. E assim relembrei um episódio muito marcante vivenciado numa missa no Santuário do Perpétuo Socorro em Curitiba, quando uma mãe dava o seu testemunho de agradecimento pelo seu filho estar liberto das drogas. Certamente conhecemos muitas histórias parecidas, de mães com essa luta, mas um detalhe me chamou muita atenção na fala daquela mãe, que aquela batalha já durava vinte anos e que em todos os dias que se passaram ela nunca deixou de acreditar que o seu filho estaria curado. Uma linda história que poderia ser resumida em duas palavras: amor e fé. Complementando a contextualização apresentada, não poderia deixar de mencionar uma linda mensagem proferida pelo meu querido amigo Padre Sérgio Campos na homília da missa do último domingo, onde o mesmo destaca o chamado de Deus, o seu olhar para nós, o seu tocar na nossa consciência e no nosso coração, a sua presença como centro em nossa existência e assim a verdadeira concepção de renovação. E ainda uma citação do livro “O casamento entre o céu e a terra” de Leonardo Boff: “O céu profundo com suas estrelas rutilantes, sempre exerceu fascínio sobre o espírito humano”. No refrão da música mencionada eu contemplo a minha mensagem a você: “Que Deus te ama, que ele cuida de você e que jamais te deixará só”. Olhando nos nossos olhos e tocando os nossos corações ele nos diz: Coragem!