Choveu muito no fim de semana. E em Paranaguá não foi diferente. Até quase o início do jogo caía água. Quando a bola rolou, os deuses do futebol deram uma trégua e o jogo se desenvolveu normalmente. Esperto como ele só, o técnico Leandro Niehues colocou o Daniel, um zagueiro-volante que se adaptou muito bem ao gramado encharcado. Como todo jogo decisivo, foi tenso em alguns momentos, até pela determinação do Paranavaí que tradicionalmente conta com bons jogadores. Ouvindo o correto comentarista Tiago Batista, na rádio Ilha do Mel FM, me dei conta de que Daniel e Maringá tiveram destaque, porém ninguém jogou mais do que o volante Lica, o dono da meia cancha. A chuva afastou o público, porém os que foram ao estádio ajudaram o Rio Branco a se classificar para as semifinais do sub-23. Domingo, o adversário se chama Cascavel, o qual tem grande campanha até agora. Mas isto é outra história, que teremos tempo para contar. Parabéns, Rio Branco pela classificação.
Toledo valente e inteligente
Estive em Foz do Iguaçu com César Junior e Paulo César Tiemann, cobrindo pelas ondas da TV Educativa o jogo entre Foz e Toledo, um clássico da região. O empate no primeiro jogo dava uma certa vantagem ao Foz, por jogar em casa. Entretanto quando a bola rolou, o que se viu foi uma igualdade técnica entre as equipes. Apesar do maior volume de jogo do Foz, com inteligência e qualidade individual, o Toledo no contra ataque fez 3 X 0 ao natural. Destaques no Foz, o lateral Léo e os meias Copeti e Kady. No Toledo, toda defesa muito bem, na meia cancha Cristian e Wayny, porém ninguém jogou mais do que o meia Badalotti, qualidade técnica acima da média. Se for profissional na acepção do termo vai longe. O trio de arbitragem Nilo Neves, Antônio Marcos e Éverton Souza, foram muito bem, sem nenhum problema técnico ou disciplinar. Gostei do Toledo pela obediência tática e qualidade individual.
Samba do crioulo doido
As eliminatórias sul-americanas para Copa do Mundo pegam fogo, Brasil comanda a tabela com 38 pontos, os uruguaios vêm em seguida com 28 pontos, dez a menos. As duas equipes estão classificadas. Daí para trás virou um verdadeiro samba do crioulo doido, em que tudo pode acontecer. Chile, Colômbia, Peru, Argentina e Paraguai estão buscando vagas até a última rodada deste meio de semana. Em jogos decisivos, teremos muito empenho e emoção, porém pouca qualidade. Quem poder mais vai chorar menos.
Coxas na encruzilhada
O Coritiba tem uma pedreira contra o Corinthians em São Paulo, nem tanto pela fase dos mosqueteiros, muito mais pelo momento coxa. Encontrar o caminho das vitórias fica sendo mais difícil a cada jogo, pois além das dificuldades normais do campeonato brasileiro, o Coritiba não encontra a equipe ideal, por mais que seu técnico Marcelo Oliveira tente. O Coxa está em uma encruzilhada, acertar o caminho é fundamental para sua recuperação na tabela.
Atlético dividido
Tudo que leio e escuto sobre o Atlético Paranaense são notícias dúbias, de um clube dividido, entre seus inúmeros dirigentes e torcedores. O próximo jogo contra o Atlético goiano, tem fundamental importância pela busca da vaga à sonhada Libertadores. Entretanto as picuinhas internas são mais discutidas e valorizadas que o próprio jogo. A divisão entre os próprios atleticanos hoje é o maior adversário do Atlético Paranaense. Isto me faz lembrar do grande comentarista Silvio de Tarso, já falecido. "O Atlético é uma força estranha, quando está bem, resolve brigar com ele mesmo".
Frase
"Não estamos alegres é certo, mas também por que razão haveremos de ficar tristes, o mar da história se faz agitado por natureza", frase do poeta Maiakovski, lutando na sua Rússia ditatorial a favor da liberdade de expressão.