Em 1.500 quando os portugueses chegaram ao Brasil, tínhamos cerca de 3 milhões de índios ocupando o nosso território de norte a sul. Eles aqui viviam em harmonia com a natureza e já haviam descoberto o território há muito tempo. Neste evento de chegada europeia, além do processo de colonização que foi muito traumático, os nossos primeiros habitantes receberam de prêmio o contato com diversas doenças que aqui não existiam.
De lá para cá a vida dos indígenas só piorou no Brasil. De 3 milhões hoje temos menos de 1 milhão. São 225 povos, além de referências de 70 tribos vivendo em locais isolados e que ainda não foram contatadas, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai). Nos últimos anos o cuidado da questão indígena brasileira só piorou e o caso atual dos Yanomami retrata isso.
Segundo o Ministério da Saúde, a população Yanomami no Amazonas e em Roraima tem cerca de 30,4 mil pessoas. Destes 5 mil são crianças. Este território é disputado por garimpeiros há décadas. O garimpo ilegal prejudica a qualidade da água e do solo além de afastar os animais que os indígenas caçam. A desnutrição tem levado muitos deles a óbito. Outro grave problema é a malária. Esta doença vinha crescendo gradualmente desde a década passada, mas deu um salto há cinco anos, acompanhando a evolução da devastação. O volume de casos dobrou entre 2018 e 2022, passando de cerca 10 mil para mais de 20 mil por ano, patamar inédito segundo o Instituto Socioamboiental (ISA).
Há ligação direta entre o garimpo, o desmatamento e as doenças. Ainda segundo o ISA, em 2018, já havia 1,2 mil hectares desmatados. Entre 2019 e 2022, foram devastados mais 3,2 mil hectares, um acréscimo de 309% no período. Só no ano passado, a destruição da floresta saltou 54% em relação a 2021. Uma barbaridade que só ocorreu por negligência do poder público.
Esperamos que agora que esta situação seja combatida. O atual Governo Federal já está agindo para retomada do controle da região e para que todos os cuidados sejam destinados aos Yanomamis. O garimpo ilegal deverá ser combatido com toda a força necessária. Cuidas da nossa terra e dos nossos povos originários é a nossa obrigação.