“A acumulação tem caráter crônico sendo necessários anos para a situação chegar ao ponto de causar desconforto à vizinhança que acionam o poder público, e quando isso acontece a população exige que o problema seja resolvido rapidamente. Porém quando a retirada de objetos e animais é abrupta e isolada na maioria ou mesmo na totalidade dos casos ocorre recidiva, e em pouco tempo o problema retorna ao mesmo cenário, quando não piora, necessitando de acompanhamento durante anos para resolver ou minimizar a situação.
Considerações finais
Cada indivíduo que sofre do transtorno de acumulação tem um perfil específico e requer uma estratégia especializada e individualizada, o que dificulta a padronização de ações por meio do poder público, visto que apenas a aplicação de multas muitas vezes não é o suficiente para resolver a questão. Por isso é necessário uma equipe multidisciplinar composta por vários setores do poder público, como por exemplo, bombeiros, médicos veterinários, assistentes sociais, enfermeiros, médicos, agentes comunitários de saúde, agentes de combate a endemias, fiscais sanitários e fiscais do meio ambiente, onde cada qual em sua área do conhecimento poderá contribuir para a formulação do plano de ação para abordar a situação do indivíduo com comportamento de acumulação, e dar continuidade na assistência, a fim de que se reduza os riscos encontrados e que ele não volte a acumular. Com isso, será possível englobar toda a tríade da Saúde Única, e fazer um trabalho que atenda tanto o indivíduo, os animais, o meio ambiente e a comunidade. ”
Artigo escrito por João Henrique Farinhas dos Santos, Raphael Rolim de Moura, Louise Bach Kmetiuk, Graziela Ribeiro da Cunha e Alexander Welker Biondo para a Revista Clínica Veterinária, Ed 153. 2021.