No último dia 22, em São Francisco, Califórnia (EUA), foi lançada a All-Clear, a primeira plataforma totalmente automatizada do mundo que ajuda a combater a Covid-19. A All-Clear foi desenvolvida pela Airspace e a paranaense Geo-X, em cooperação com o Departamento de Defesa norte-americano. O All-Clear é um sistema automatizado de detecção de máscaras, distanciamento social, pontos de contato e temperatura corporal usando imagens de câmeras. O sistema até permite comandar uma frota de drones pulverizadores para a sanitização de áreas urbanas. A Geo-X tem matriz em Realeza, no sudoeste do Paraná, e escritórios em São Paulo e em São Francisco, no Vale do Silício (EUA). O conselheiro do Crea-PR, engenheiro civil Fernando Shimata Ghiraldi, é responsável pelas operações no Brasil, enquanto o sócio, o engenheiro eletricista Aislan Gomide Foina, diretor-geral da empresa, chefia o departamento de P&D e trabalha em conjunto com a Airspace.
R$ 1 bilhão em contratos
Desde o início da crise generalizada provocada pela pandemia do covid-19, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) registrou um aumento na procura de linhas de créditos e financiamentos. O aumento nas operações solicitadas se dá, principalmente, por empresários paranaenses que buscam manter o fluxo de caixa das empresas e amenizar os efeitos financeiros da crise. Com este aumento espontâneo das demandas, o BRDE registrou, na última semana, o marco de R$ 1 bilhão em contratos nos cinco primeiros meses de 2020, o que gerou um incremento, nos dados consolidados da Região Sul, de 78% frente as contratações no mesmo período do ano passado. Só do Paraná são R$ 358 milhões. No total, o BRDE estima que houve um incremento de pelo menos 132% na quantidade de operações aprovadas entre janeiro e maio de 2020.
Mão de obra
Entre os meses de fevereiro, março e abril deste ano, cerca de 8,166 milhões de pessoas estavam ocupadas na agropecuária. O número representa uma queda de 1,2% (o equivalente a 100 mil pessoas) frente ao trimestre móvel anterior (janeiro/fevereiro e março) e de 2,8% (233 mil pessoas) em relação ao mesmo período de 2019. Os dados foram divulgados na última sexta-feira, 29, pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em seu segundo relatório mensal da mão de obra na agropecuária. O Cepea afirma que para avaliar o potencial efeito do covid-19 sobre o nível de ocupações, é preciso saber qual seria o comportamento esperado para esse trimestre móvel avaliado (encerrado em abril). O relatório indica que a população ocupada na agropecuária no trimestre móvel encerrado em abril ficou 2,4% ou 201 mil pessoas abaixo do esperado.
IPC-S em queda
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), fechou maio com deflação de 0,54%. A taxa é menor que a observada em abril (-0,18%). A pesquisa foi realizada no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Recife. O acumulado em 12 meses é de 1,83% de inflação. Quatro das oito classes de despesas tiveram inflação em maio, com destaque para os alimentos, que passaram a custar 0,37% mais caros no período. Gastos com saúde e cuidados pessoais também tiveram alta de preços (0,21%). Outros grupos com registro de inflação foram despesas diversas (0,10%) e comunicação (0,01%). Quatro classes de despesas tiveram deflação, com destaque para transporte (-2,06%) e educação, leitura e recreação (-2,12%). Os outros grupos com queda de preços foram habitação (-0,19%) e vestuário (-0,23%).
China veta EUA
Autoridades do governo chinês disseram às principais empresas agrícolas estatais para interromper a compra de alguns produtos agrícolas americanos, incluindo soja, enquanto Pequim avalia a escalada em andamento das tensões com os EUA sobre Hong Kong. De acordo com a Safras & Mercado, holdings estatais de processamento de alimentos Cofco e Sinograin foram ordenados a suspender as compras. Os compradores chineses também cancelaram um número não especificado de pedidos de carne suína dos EUA. As empresas privadas não foram instruídas a interromper as importações. A paralisação é o último sinal de que o difícil acordo comercial da primeira fase entre as duas maiores economias do mundo está em risco. Enquanto o primeiro-ministro chinês Li Keqiang reiterou no mês passado a promessa de implementar o acordo assinado em janeiro, as tensões continuaram a aumentar desde então, em meio a um impasse sobre a decisão de Pequim de estreitar seu domínio sobre Hong Kong.
Carne suína
O Vietnã pretende aumentar suas importações de carne suína até 2020 para atingir um volume total de 100 mil toneladas, de acordo com o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MARD). As autoridades esperam baixar os preços no mercado interno, já que os produtos importados são muito mais baratos que a carne suína local, informa Saigon online. Os principais fornecedores de carne de porco do país asiático são Brasil, Canadá, Polônia, EUA e Espanha. O vice-ministro Phung Duc Tien afirmou que criaria as condições mais favoráveis para as empresas sob a direção do primeiro-ministro importar 100 mil toneladas de carne suína este ano. O tempo de documentação e procedimentos de quarentena para o desembaraço aduaneiro é reduzido pelo ministério de acordo com o mecanismo alfandegário de “porta única” e a qualidade da carne importada deve atender aos padrões europeus.
Fechamento temporário
O eventual fechamento temporário de frigoríficos de bovinos no Brasil em função dos casos de contaminação por Coronavírus entre funcionários não teria efeito prejudicial à cadeia produtiva como um todo, avaliou o sócio-diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres. Em live promovida pela consultoria Torres disse que a cadeia pecuária no Brasil “é muito pulverizada” e “convive há tempos” com eventuais aberturas e fechamentos de plantas, sem que isso afete sobremaneira todo o processo produtivo e desequilibre o fornecimento nacional de carne. “Logicamente, há efeitos regionais, onde a situação pode ser dramática, mas nacionalmente afeta pouco”, disse ele, acrescentando, ainda, que há regiões nas quais se um frigorífico fechar, outro acaba atendendo à demanda. O consultor disse que situação diferente ocorre nos Estados Unidos, onde as plantas têm grande capacidade diária de abates, “cerca de seis vezes as maiores plantas frigoríficas do Brasil”.
Agro é único
A agropecuária apresentou crescimento de 0,6% no primeiro trimestre de 2020 em comparação ao quarto trimestre de 2019, conforme dados divulgados na última sexta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país. O setor foi o único da atividade econômica nacional a crescer no período analisado, de acordo com o estudo. Em relação a igual período do ano anterior (primeiro trimestre), a agropecuária teve crescimento de 1,9%. “Esse resultado pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho de alguns produtos da lavoura com safra relevante no primeiro trimestre, como a soja, e pela produtividade, visível na estimativa de variação da quantidade produzida vis-à-vis a área plantada”, diz o IBGE. O PIB do país teve contração de 1,5% nos primeiros três meses do ano no comparativo com o quarto trimestre do ano passado.
Concessões de crédito
As concessões de crédito no período de 1º de março a 22 de maio de 2020 somaram R$ 914,2 bilhões, incluindo contratações, renovações e suspensão de parcelas, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Segundo a federação, nesse período os bancos negociaram 9,7 milhões de contratos com operações em dia, com saldo devedor de R$ 550,1 bilhões. A soma das parcelas suspensas dessas operações repactuadas totaliza R$ 61,5 bilhões. Empresas e consumidores passaram a ter uma carência entre 60 a 180 dias para pagar suas prestações. De acordo com a Febraban, a maioria dos agentes beneficiados com prorrogação de parcelas é representada por pequenas empresas e pessoas físicas (R$ 33,1 bilhões). De acordo com a Febraban, a taxa de juros para o conjunto das operações de crédito recuou de 23,1% para 21,5% ao ano. E o spread médio das operações de crédito caiu de 18,6% para 17,2%.
Turismo internacional
O turismo internacional deve cair 70% neste ano, marcando a maior queda do setor desde que o início dos registros na década de 1950, disse o secretário-geral da Organização Mundial de Turismo (OMT), Zurab Pololikashvili, ao jornal alemão “Handelsblatt”. Pololikashvili afirmou que essa previsão para o setor atingido pelo Coronavírus se baseava na suposição de que países ao redor do mundo abririam suas fronteiras gradualmente a partir de agosto. No Brasil, levantamento realizado pela Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Braztoa) e o Laboratório de Estudos em Sustentabilidade e Turismo da Universidade de Brasília (UNB) estima que as empresas do setor no país perderam cerca de R$ 1 bilhão somente no mês de abril. Em abril, 54% das empresas não realizaram nenhuma venda, número superior aos 45% que não tinham tido comercialização no mês de março.
Redação ADI-PR Curitiba
Coluna publicada simultaneamente em 20 jornais e portais associados.
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