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O Marujo

O CRIME DA OPRESSÃO

Mandatários Eletivos e a Coação dos Cargos Comissionados. Uma prática nada republicana.

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Observamos nas redes sociais queixas de uma prática alarmante e autoritária se proliferando em várias prefeituras pelo Brasil afora: a coerção de cargos comissionados para que sigam, curtam e compartilhem obrigatoriamente postagens de um determinado grupo político. Inclusive criando inimizades. Um ato covarde e desnecessário. Essa imposição, que subverte a liberdade de expressão e o direito à privacidade, traz sérias consequências para o ambiente político e social de nossas cidades.

Os mandatários eletivos que recorrem a essa prática estão, na verdade, perpetrando um crime contra a democracia. A liberdade de expressão é um direito fundamental, garantido pela Constituição Federal, e qualquer tentativa de cerceá-la deve ser rigorosamente combatida. Quando um prefeito ou outro agente público coage seus subordinados a agir em prol de uma agenda política específica, ele está não apenas abusando de seu poder, mas também corrompendo a integridade do serviço público.

As consequências dessa opressão são múltiplas e devastadoras. Em primeiro lugar, há um impacto direto na moral e no bem-estar dos funcionários públicos. Forçados a engajar-se em atividades que podem não condizer com suas crenças ou valores, muitos acabam se sentindo desmotivados, humilhados e, em casos extremos, ameaçados. Isso cria um ambiente de trabalho tóxico, onde a liberdade de pensamento é suprimida em prol de interesses políticos particulares.

Além disso, essa prática subverte a verdadeira função dos cargos comissionados, que deveriam ser ocupados por profissionais qualificados, empenhados em servir ao público de forma imparcial e eficiente. A partir do momento em que suas atividades são desviadas para favorecer uma agenda política, a qualidade do serviço público inevitavelmente decai, prejudicando toda a população que depende desses serviços.

No campo político, a coerção de funcionários para apoiar determinadas postagens contribui para uma falsa sensação de popularidade e apoio. Isso pode levar a decisões políticas equivocadas, baseadas em uma percepção distorcida da realidade. A manipulação das redes sociais, ao invés de refletir um genuíno apoio popular, torna-se um instrumento de propaganda, desinformação e controle.

A perpetuação dessa prática reforça a desconfiança e o cinismo dos cidadãos em relação ao poder público. Quando a população percebe que a liberdade de expressão está sendo cerceada e que os servidores públicos são forçados a agir contra sua vontade, a confiança nas instituições democráticas é gravemente abalada.

É imperativo que as autoridades competentes investiguem e punam rigorosamente esses abusos de poder. A democracia e o estado de direito dependem da liberdade de expressão e da integridade dos serviços públicos. Só através da transparência, do respeito aos direitos individuais e da promoção de um ambiente de trabalho justo e saudável é que poderemos construir uma sociedade verdadeiramente democrática e justa para todos.

A opressão dos mandatários eletivos sobre os cargos comissionados é um sintoma grave de um sistema em desequilíbrio. É hora de corrigir esse desvio e garantir que todos, independentemente de sua posição, possam exercer sua liberdade de expressão sem medo de represálias.

Não se enganem, a Justiça enxerga com clareza a verdade e a equidade. A democracia agradece.

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