conecte-se conosco

Notáveis

Celmira de Paula Gnata

Um dia, ela disse que espera servir como modelo para que os netos e bisnetos sigam os seus próprios caminhos com inteligência e amor. E como uma das bisnetas, eu posso dizer que a Dona Celmira carrega uma legião de aprendizes feitos dentro e fora dos muros das escolas

Publicado

em

Celmira de Paula Gnata

O que queria uma mulher nascida em 1930?

No Brasil, para a mulher, essa década teve mais lutas do que conquistas, mas houve uma muito importante: o direito ao voto. Mesmo com esse avanço, a educação das meninas era voltada ao lar e as desigualdades eram gritantes. Foi nesse cenário que Celmira de Paula Gnata construiu a sua história.

Sempre ávida por conhecimento, trilhou pela estrada da educação, iniciando a sua atividade profissional em 1951 e encerrando apenas em 2001, porque foi obrigada a aposentar-se por idade. Para isso, estudou contra a vontade e a imposição do marido. Durante a graduação, esperava o seu companheiro dormir, levantava da cama e ia para a sala estudar, pois ele não podia vê-la com os livros na mão, afinal, “isso não era coisa de mulher”.

Terminou a sua graduação, fez diversas especializações e participou de congressos pelo Brasil, ainda enfrentando a desaprovação do marido. Trabalhou na Escola Isolada de Morretes, foi professora alfabetizadora, de ciências e diretora. Lecionou em Paranaguá para turmas do 2° grau e supletivo. Trabalhou, também, no Núcleo Regional de Educação e na faculdade na qual se formou, dando aula em diversos cursos. Foram 9 disciplinas para a formação de professores, nas quais ela enfatiza a necessidade de fazer tudo pensando no desenvolvimento do aluno como ser humano.

Hoje, aos 90 anos de idade, tudo que ela tem é fruto da sua própria trajetória, que apesar das (e devido às) complicações, orgulha-se. Diz que, ao olhar para trás, admira a sua determinação e coragem para continuar vivendo as suas vontades e comemora com alegria a história que escreveu para si e para os seus 6 filhos, 16 netos e 10 bisnetos. 

Um dia, ela disse que espera servir como modelo para que os netos e bisnetos sigam os seus próprios caminhos com inteligência e amor. E como uma das bisnetas, eu posso dizer que a Dona Celmira carrega uma legião de aprendizes feitos dentro e fora dos muros das escolas.

“O importante da vida é ter consciência daquilo que quer e que faz. Preparar-se para enfrentar com inteligência os atos de viver bem”. Sorte a nossa de receber um conselho como esse, carregado de sabedoria.

Siga @notaveismulheres no Instagram.

Roberta Schneider Cecyn

Leia também: Anna Roberta Fontes Gonçalves

Publicidade










plugins premium WordPress