A tarefa da Maçonaria que precisa aliar a necessidade de se renovar para atrair mais jovens, porém sem perder suas tradições e sua essência. Por séculos a Maçonaria foi vista pelo público externo (profanos), como um lugar onde se praticam rituais estranhos e com gente esquisita. Parte desse legado imaginário sobre o ambiente maçônico se deve, sobretudo ao descaso da própria Maçonaria em desmistificar suas práticas e tornar sua história e relevância na sociedade mais transparente.
Obviamente que por ser uma prática hermética, mantida em segredo, não é conveniente que tudo seja publicitado, uma vez que se assim o fizesse, a Maçonaria perderia um de seus pilares mais importantes. Entretanto, como revitalizar uma Instituição que é vista, por muitos com desconfiança e até de certa forma, com temor? Esse temor desproporcional e irracional é fruto de teorias conspiratórias, que foram sendo idealizadas ao longo dos séculos e difundidas por grupos que tinham notório interesse de manter a Maçonaria nas sombras do obscurantismo, no limbo da admiração popular e, obviamente, também lucrar com tais teorias conspiratórias, visto que esse é um prato cheio para incautos que estão sempre em busca de histórias mirabolantes.
A própria Igreja Católica, durante séculos contribuiu, sobremaneira para que essa visão equivocada da Maçonaria fosse absorvida e até expandida por seus membros, a toda comunidade global. O silêncio maçônico, que nunca se importou muito com essas teorias esdruxulas e, de certa forma, até risíveis, acabou alimentando ainda mais a desconfiança que muitos têm sobre a instituição. Livros, artigos e filmes sensacionalistas como “O Código da Vinci”, (2009) de Dan Brown e mais recentemente “O Poder Secreto dos Símbolos Maçônicos” (2014), de Robert Lomas, ao invés de trazer algo construtivo sobre a Maçonaria e suas práticas, mostra de forma distorcida uma Maçonaria que se alia as teorias conspiratórias e ao universo ocultista para fins escusos e pouco louváveis, o que, do ponto de vista de um Mestre Maçom é inconcebível, uma vez que, ao adentrar à Ordem, a proposta é tornar o ser humano melhor e não um ser sem ética e sem escrúpulos que só pensa em dominar o mundo ou manipular forças metafísicas desconhecidas. Esses são apenas alguns exemplos de um tipo de literatura que prestam um desserviço às pessoas e as afasta de conhecer verdadeiramente os princípios e a importância da Maçonaria para a sociedade dita civilizada.
Essa mistificação em torno do que é, e de como age a Maçonaria é responsável pela rejeição que tal instituição tem, principalmente entre aqueles que não comungam de um nível de consciência mais amplo ou uma escolarização mais adequada, que lhes permita desenvolver seu senso crítico a ponto de separar o que é fato e o que é invenção. Dita aos quatro ventos e reproduzida aos borbotões ao longo dos séculos, uma mentira explorada maciçamente, pode até parecer uma verdade, se não for refutada por quem tenha razão e consciência para rebatê-la, e isso é uma coisa que a nós maçons nunca nos preocupados em fazer, talvez seja a hora de repensar essa diretriz.
A Maçonaria é uma das realizações da Grande Obra do homem para consigo mesmo e para o mundo.
Yassin Taha
Dep.Federal GOB
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