Em meio de pinturas, reproduções fotográficas, medalhas e itens da prática maçônica, revela-se um grande acervo documental e nele encontramos arquivados em várias pastas, ofícios referentes às correspondências recebidas de diversas instituições, principalmente lojas maçônicas do Brasil e exterior. Na sua maioria destina-se a informar as demais instituições maçônicas a relação dos membros escolhidos para administrarem tais instituições naquele ano vigente. Dentre quase duas centenas de documentos, chama a atenção a grande variação de aspectos iconográficos e simbólicos dos logotipos destas lojas, representações que caracterizam e demonstram a escolha e reconhecimento através dos símbolos.
As ideias relativas aos signos e símbolos, descrevendo os emblemas como “figuras a que associamos conceitos, como exemplo: cruz → cristianismo”. São esses emblemas que através da sua simbologia, reafirmam a representação das crenças e lançam a aqueles que conhecem seus significados, um sentimento de pertencimento, afirmação e de unidade.
Os principais e mais utilizados símbolos são o compasso, que é visto como instrumento de inteligência que planeja e projeta, é símbolo da força criadora, da prudência, justiça e verdade, e o esquadro, que é símbolo de retidão, caráter, franqueza e legitimidade. A estes a letra “G”, que pode ser relacionada à palavra “gnose conhecimento”, em conjunto com o compasso e o esquadro, pode-se descrever como o Grande Arquiteto do Universo que é Deus, ou simplesmente “Geometria”.
A maçonaria independente de seus vínculos com o passado dos antigos construtores do final da Idade Média tem-se como fase inicial o século XVIII, mais corretamente no ano de 1717, quando é fundada na Inglaterra a Grande Loja de Londres, através da fusão de quatro lojas maçônicas, nesta fase diz-se a instituição deixa de ser operativa , para tornar-se especulativa , assim a grande maioria das assimilações tiveram origem posterior a esta data. A maior parte dos símbolos utilizados pela maçonaria são aqueles diretamente relacionados com as suas várias origens míticas e de sua liturgia, esta que também faz parte das outras instituições, como no caso da lenda bíblica de Hiram Abiff, desta forma, apresenta-se a utilização ou assimilação de símbolos que historicamente fazem parte do universo iconográfico de outras instituições, religiosas ou não. A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, não uma religião, aceita membros de todas as crenças, mas com certeza segundo MacNulty “ Embora não seja uma religião, é certo que a maçonaria se vale da história e da filosofia religiosas”. Desta forma esta instituição que se caracteriza pela utilização de uma riquíssima variedade simbólica, adere e assimila várias iconografias, mesmo assim, seus processos de leitura também estão repletos de significados e interpretações, sendo que na maioria dos Símbolos somente revelados aos Irmãos que fazem parte da Sublime Ordem Maçônica.
Yassin Taha
Dep.Federal GOB
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