Vários instrumentos de trabalho fazem parte da Maçonaria. A Régua representa ou trata-se de um instrumento cuja primeira ideia e o traçado reto e de medida e junto ao Malho e o Cinzel, a Régua completa os instrumentos de trabalho do aprendiz maçom. Ela servirá para medir e traçar sobre a pedra bruta o corte a ser efetuado.
De nada serve o Cinzel, símbolo da razão e discernimento, e do Malho, símbolo da vontade, determinação e força executiva, sem as propriedades diretivas da régua. Sem diretrizes podemos fazer com que nossa pedra bruta se torne mais irregular ainda.
Nos ensinos orientais o traço de retidão é visto de maneira muito rígida. No budismo, o Iluminado traçou aos seus discípulos os Oito Caminhos Nobres:
De modo correto: “a compreensão, o pensamento, a linguagem, o comportamento, o modo de vida, o esforço, o desígnio e a meditação”.
Buda traçou com sua régua o código para que seus seguidores evitassem dissabores e tristezas no caminho da vida.
Da mesma forma que todo credo, nação ou instituição depende de regras para sua identidade e funcionamento. Sem critérios, a vida seria, por demais, defeituosa e complicada.
Daí a necessidade que o homem teve em estabelecer leis e padrões de conduta que norteassem suas ambições. Isso nos faz lembrar da maior lição sobre a régua já registrada pela história.
Hoje vivemos em uma sociedade com excesso de regulamentação, um emaranhado de leis, indo do direito internacional a regras de trânsito. No entanto, presenciamos constantemente nosso governo, grandes corporações e até simples funcionários usando as leis existentes para cometer injustiças através de manobras jurídicas e “Litigâncias de Má-Fé”. Nem tudo que é legal é justo. Por este motivo o maçom tem como responsabilidade traçar para si padrões, não apenas baseados nas leis, mas principalmente na justiça irrestrita, ampla.
Se aprofundando mais nas 24 polegadas da régua, que expressa o sentido do total de horas de um dia. Lembra que o dia deve ser vivido com critérios divididos entre o trabalho, lazer, espiritualidade e o descanso físico e mental, observando suas medidas do comprimento e da largura que vão determinar a justa dimensão do trabalho.
O filósofo grego Demócrito, do século V a.C, escreveu, “Ocupe-se de pouco para ser feliz”. Demócrito não pregava a ociosidade, mas sim a administração do tempo.
Dizia que uma única coisa deveria ser feita por vez. Hoje vivemos na era da hiperatividade e da multitarefa. A dinâmica do trabalho na vida moderna nos exige cada vez mais padrões de eficiência e resultado.
Em nome da competitividade, somos obrigados, ainda, a consumir enormes quantidades de informações.
Independentemente do valor material, físico e matemático da medição do tempo, relacionando-o ao passado, presente ou futuro, à medida que o tempo se torna subjetivo ou psicológico, cada ser humano pode vivenciá-lo numa situação agradável, desagradável, lenta, rápida, penosa ou alegre. Conclui-se, portanto, que o homem, pela sua condição de mortal, é afetado por processos diferentes do que ocorrem no espaço infinito.
Há uma assertiva na Maçonaria brasileira de que “somos todos aprendizes”. Sendo assim, a régua de 24 polegadas, pelo menos teoricamente, nos acompanha sempre. Se seu simbolismo é usado junto a nossa capacidade mental de reter acontecimentos e imagens passamos a ter uma condição fundamental para as características fundamentais da vida social, o que inclui obrigatoriamente a necessidade de “tempo” para nós mesmos e para nossas famílias.
Em função disso, os objetivos perseguidos pela maçonaria são: Ajudar os homens a reforçarem o seu caráter; melhorar sua bagagem moral e espiritual e aumentar seus horizontes culturais.
Yassin Taha
Dep.Federal GOB