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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

ULTIMATUM

Publicado

em

Sucessão no IHGP

Navalhas, Mate e Uruguai.

Vamos juntos fazer uma espécie de “Viagem no Tempo”, mais precisamente para o ano de 1887.

No ano de 1887, alguns meses antes da tão sonhada “Abolição”, os ativistas, prevendo a proximidade da libertação dos escravos, intensificaram todas as ações abolicionistas no Império, dando ênfase principalmente às executadas pelas ditas “Sociedades Emancipadoras”, que são quase desconhecidas, mas que tiveram papel fundamental no “abolicionismo”. Tivemos em Paranaguá, entre outras, a Sociedade “Redentora”, na qual importantes membros dos mais variados setores da sociedade a compunham e sua atividade principal era dar apoio tanto à “fuga” como ao “sequestro” de cativos, sequestro esse que acontecia para os libertar à revelia de seus senhores.

A Sociedade Redentora atuava principalmente com uma Sociedade secreta chamada “Ultimatum”.

Podemos considerar a estratégia de participação em fugas como um aspecto demonstrativo da aproximação que sujeitos engajados com o abolicionismo tiveram com os escravizados. 

O suporte oferecido pela Sociedade Redentora era fator determinante, já que a sua proximidade com o Porto facilitava o embarque dos cativos libertados que, em geral, navegavam rumo à Bacia do Prata. 

A carta abaixo, escrita por um dos membros da “Ultimatum”, evidencia a proximidade entre as duas agremiações:

“Fui a Paranaguá, entendi-me com o Coronel Bento Munhoz da Rocha entregando-lhe a carta de Idelfonso Correia. Embarquei nossos protegidos, sem custo. Nada quiseram receber pelas passagens. Amanhã devem embarcar os dois protegidos em navio de vela para Montevidéu. Nada aceitaram para despesas a fazer com passagens. Dei a cada um, duas libras. Priscilliano nos ajuda. Devem embarcar também um escravo de Nacar e um escravo de Antonina. Curitiba, 22 de junho de 1887”. 

Uma grande parte destes cativos libertos tinha como destino o Uruguai ou ainda o interior de São Paulo, nas comunidades Quilombolas, às margens do Rio Ribeira.

Hamilton Júnior

Historiador

Sócio Correspondente do IHGP

Referência: https://hamiltonjunior.home.blog

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