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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Minha Infância em Paranaguá

Nós morávamos em frente à Praça da Paz. À época era um campo de futebol, não tinha calçamento ainda, somente areia, que dava à uma grande vala, onde se situa hoje a Capela.

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Minha Infância em Paranaguá

Nós morávamos em frente à Praça da Paz. À época era um campo de futebol, não tinha calçamento ainda, somente areia, que dava à uma grande vala, onde se situa hoje a Capela. 

Todos nós brincávamos nessa vala, meninos e meninas. Meu pai ajudou, com outros pais, a arrumar o lugar para podermos pular corda, jogar bolinha de gude ou de burico, de roda, peteca, mãe de pegar, correr atrás, bola queimada, amarelinha, pedrinha do céu, lenço atrás e outras brincadeiras. Eu e as outras meninas levávamos bonecas para brincar. Os meninos gostavam, às vezes, de brincar pesado, corríamos para os alcançar. A extensão dessa vala era grande, começava na esquina da funerária do Dorinho e continuava até a esquina para chegar ao Hospital Regional, pois não existiam as ruas abertas como hoje. 

Apanhei muito da minha mãe porque ela marcava horário para voltar para casa em vão. Com sol, calor, ninguém queria ir embora. Então, o chinelo ou a cinta cantava nas pernas, mas, de uma forma geral, todos obedeciam seus pais. Na escola, eu e outros colegas, indo pra casa, cantávamos na rua, aquela algazarra, brincando, sentávamos no meio fio, não existia malícia alguma, havia muito respeito. 

Na escola? Ninguém jamais desrespeitava professores, tínhamos educação, pois nossos pais ou responsáveis nos ensinavam. Ai daquela criança que desobedecia, porque a educação começava em casa. Os parques de diversões existentes aqui em Paranaguá, no Clube Olímpico, na Praça dos Leões e no terreno que funciona hoje o Ginásio de Esportes “Dr. Joaquim Tramujas” foram muito utilizados por mim. Nossa! Como brinquei! Saíamos correndo pela Rua Nestor Vitor, não tinha calçamento também. Cheguei até ser campeã de bolinha de gude na rua Nestor Vitor por três vezes. Gostava muito de tocar campainha e sair correndo. 

Com chuva, então era mais divertido ainda, ia para escola com sombrinha, capa e galocha, para não me molhar. Quem disse que a gente chegava em casa sem se molhar? Tirava a capa, a galocha vinha na mão e a sombrinha era sempre esquecida em algum lugar. Vínhamos descalços na chuva brincando com a água da cabeça aos pés. Gripe? Não tinha nada disso. Os anticorpos agradeciam e pediam mais. 

Comia quebra-queixo, pirulito de qualquer tipo, maria-mole, chicletes Adams, bala de goma, doce de abóbora, tantas coisas gostosas, muito algodão doce, balas Zequinha, por causa das figurinhas. Andava pelas ruas, pulando com uma perna só.

Eram brincadeiras saudáveis que me trazem saudade. Com nove anos minha irmã me levou à Rádio Difusora para participar de programa musical infantil, a Rádio ficava na Catedral, quantos locutores (as), trabalhavam lá. Era bom demais!

Lembranças, saudades, reflexos de uma infância feliz. Aqueles que viveram e aproveitaram bem sua infância como eu, sabem do que estou falando. 

Sonia Machado

Historiadora-Sócia do IHGP

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