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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Quilômetros de Cultura, uma cidade construída por escravos

Em 13 de maio de 1888, ocorreu a abolição da escravatura no Brasil

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Sucessão no IHGP

Em 13 de maio de 1888, ocorreu a abolição da escravatura no Brasil. Nessa data, além de nos lembrarmos da abolição, registramos aqui um pouco da história de homens e mulheres escravizados que tanto contribuíram para a cultura parnanguara.

A cidade de Paranaguá tem quase 830 mil km² de extensão, mais de 150 mil habitantes, um porto graneleiro e muita história para contar. Nossa cidade, nos seus mais de 370 anos, cresceu próxima ao Rio Itiberê, onde se localizava o antigo porto da vila. Nos poucos quilômetros que cercam o centro histórico, conseguimos ver diversos prédios e monumentos do período colonial. Deve-se ressaltar que, muitos dos prédios foram construídos com o esforço e suor de escravos, fossem esses indígenas administrados ou africanos e afrodescendentes. A Igreja Matriz, construída entre 1575 e 1578; e a Igreja de São Benedito, construída a partir de 1784, foram construídas com o trabalho de muitos homens escravizados. 

A Fonte Velha, nossa fontinha, carrega em sua beleza as marcas da escravidão. Todo mundo já deve ter ouvido, lido ou escutado a lenda da caveirinha. A lenda, narra sobre o infortúnio de um escravo tagarela que, num certo dia, foi até a fonte para buscar água para seu senhor. A história tem uma das perguntas mais conhecidas do imaginário popular do Litoral do Paraná: “Caveirinha, quem te matou?”. Narrativa que conta o trágico fim de um escravo e, provavelmente, era narrada nas senzalas da nossa região. O Pelourinho, símbolo de ordem e justiça, encontrado na praça cívica do IHGP, foi também lugar de martírio, pois qualquer tentativa de fuga, desobediência e descumprimento da lei, eram punidos com tortura, sendo assim, era um lugar onde muitos escravos foram torturados e mortos.

Nesse dia 13 de maio, devemos recordar que a nossa história é marcada pela escravidão. Não podemos deixar que esses fatos caiam no esquecimento, sempre estudar e lembrar o passado, com o objetivo de construir uma história plural e mais aproximada da realidade:  a cultura e a história escrita por todos.

Leandro Mendes

Diretor de Geografia- IHGP biênio 2021-2022

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