Nesse dia 29 de julho, comemoramos 371 anos da cidade histórica mais antiga do Paraná. Comemora-se a cidade de Paranaguá, uma cidade com tanto passado, o que significa, que se comemora uma infinidade que não caberia nem em uma nem em milhares de folhas. O presente texto é uma singela homenagem e tenta versar sobre o passado, mas também sobre o presente e futuro da cidade.
Falar de Paranaguá é falar do mar, do seu grande mar que está expresso no significado da palavra Paranaguá. O mar, ele que desempenha papel fundamental na vida de cada habitante e pescador e que no encontro com o rio, construiu o traçado da cidade. Uma urbe edificada na beira do Rio Itiberê. O rio que encanta os olhares e reflete em suas águas o passado de belos casarios e reflete a imagem atual, com as palmeiras, canoas e a ponte do Valadares. Nossa baía, um desenho natural, espaço onde os pescadores extraem o seu sustento, espaço que nos leva às ilhas do município. Falar de Paranaguá é também mencionar a influência da terra, da serra e das matas. Da terra areenta fértil na qual se planta tantos frutos, raízes e legumes. Da serra, o mais lindo horizonte, o abrigo das nossas colônias e dos pequenos agricultores. Paranaguá de ruas encrustadas de pedras que nos levam à antiga fonte, de paralelepípedos que conduzem às igrejas e museus.
A cidade também é feita de pessoas que aqui vivem e aqui escolheram viver. Cidade de grandes artistas e contadores de histórias, pessoas que imortalizam e provocam arrepios ao contar as lendas da Caveirinha, do Pé Redondo e da Casa Afundada. Pessoas que mantêm viva a memória das festas, dos clubes, que lembram os bondinhos, o passeio e a chegada do trem na nossa estação. Estar na cidade é apreciar a sonoridade do fandango que ecoa do espaço do Mercado do Café, é amanhecer embalado ao ritmo de nossos tocadores de rabeca, viola e adufo. É provar dos seus sabores com gosto de sal e água doce, a farinha de mandioca, o peixe seco, o pirão, o doce de mamão verde, é aprender a compartilhar a caranguejada, o arroz lambe dedo, o beiju.
Falar do presente da cidade pode ser difícil, pois muitas vezes também é mencionar o abandono e o descaso com o patrimônio, com a história e com as belezas naturais. O futuro da cidade consiste no presente, na luta pela preservação do patrimônio histórico e natural, no incentivo à cultura e as pessoas e instituições que mantêm viva à cultura popular e a história local. Indo além das datas festivas, a cidade deve ser comemorada todos os dias, pois devemos cuidar do lugar onde vivemos, conhecer e se unir para que as próximas gerações também possam vivenciar a cidade e, assim, aprender a amar o lugar onde o rio encontra o mar.
Priscila Onório Figueira