MANGUEZAIS

Dando continuidade aos nossos relacionados aos ecossistemas encontrados no litoral paranaense, o texto dessa semana aborda sobre os manguezais. De acordo com o Atlas dos manguezais do Brasil, publicado em 2018, o termo mangue é usado para designar um grupo floristicamente diverso de árvores tropicais que, compartilham características fisiológicas similares. Tais espécies crescem em ambientes abrigados, banhados por águas salobras, com reduzida disponibilidade de oxigênio e substrato inconsolidado.  No final do século XVI, os manguezais passam a ser explorados pelos colonos e colonizadores que se estabelecem ao longo do litoral da América Portuguesa. O mangue trouxe alimento aos primeiros povoados e vilas estabelecidos ao longo da costa. O mangue passou também a ser explorado para a produção de lenha, carvão, extração de tanino, pesca e produção de sal. Particularmente importante era a exploração de madeira e de combustível (carvão) para suprir os engenhos de açúcar. Uma curiosidade local é que a casca de mangue era um dos itens exportados pelo porto de Paranaguá. 

De acordo com o Atlas,2018, p. 53, no Litoral do Paraná, desde o Parque Nacional do Superagui até a baía de Antonina e Guaratuba, os manguezais são considerados subtropicais. Em Superagui, os manguezais se estabelecem ao longo do canal Ararapira e na baía dos Pinheiros. Na baía dos Pinheiros existem ilhas recobertas por manguezais. Na baía de Guaratuba e de Antonina os manguezais se desenvolvem às margens dos canais de maré. Ao sul da baía de Paranaguá abre-se ampla planície costeira, na qual vários rios correm paralelamente à linha de costa e deságuam nas águas calmas da baía. Um deles é o rio Guaraguaçu, às margens do qual está a Estação Ecológica de Guaraguaçu, que protege manguezais e restingas. Por fim, é importante ressaltar que diversas espécies de moluscos, crustáceos, caranguejos e camarões se reproduzem nos mangues.  Uma das espécies que habitam nossos mangues é o caranguejo-uçá, a captura e venda dessa espécie é uma importante fonte de renda e de alimento as comunidades locais.

Priscila Onório Figueira

Referências

Atlas dos Manguezais do Brasil / Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. – Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2018.