Lá nos anos 80 dava até medo de largar das mãos dos pais de tanta gente que tinha em volta da praça e entre as barracas, além de fila de ônibus de vários lugares, que vinham em excursão.
A diversão era ver os brinquedos e outros apetrechos que eram sempre novidades, pois vinham do Paraguai e, à época, não havia as lojinhas de hoje em dia.
Mesmo quando o dia da Nossa Senhora do Pilar, 15 de agosto, caía no meio da semana, o pai dava um jeito de nos levar, a gente ia nem que fosse ao final do dia, só para ver os fogos. Essa parte era uma maravilha para os olhos e para os ouvidos, o tão esperado “timbum, timbum”, a gente tremia por dentro e o povo exclamava “ohhh” com encanto e admiração.
O dia da Santa era muito bom, uma vez que encontrávamos amigos e parentes, os quais moravam longe e vinham nesse dia, o mesmo acontecendo no Dia de Finados.
Esse ano, devido à pandemia, aconteceu uma Alvorada diferente. Participar da Alvorada sempre foi um evento, quando criança era chato ter que acordar cedo e ir atrás da Santa e da banda, depois, quando jovens, ficávamos até o final do baile para seguir a banda fazendo festa. Assim, a Alvorada tornou-se uma tradição e uma oportunidade de encontro.
Esse ano não teve a Filarmônica de Antonina e sim um pequeno caminhão adaptado como carro de som, as pessoas foram em seus próprios veículos e a única pessoa a andar na rua era o Padre benzendo as casas. Assisti dessa vez em casa por uma rede social. Realmente esse ano não está sendo fácil e tudo acontece de maneira única e especial.
Fiquei, então, com as minhas lembranças e recordações da festa de agosto em Antonina, que dessa vez não aconteceu. Antonina cheia de alegria, por um ano entristeceu.
Lizangela Pinto Siqueira
Diretora Secretária do IHGP