No início do povoamento do litoral, os caminhos existentes não passavam de toscas trilhas, onde transitavam quase só pedestres ou pequenas tropas de muares.
O Caminho da Graciosa, quando era apenas uma trilha, por algum tempo esteve conectada em parte ao Caminho do Itupava, e tinha ramais ligando a Morretes e a Antonina.
Fagnani, Fiori e Wageck (2006) citam registros de seu primitivo traçado: “por volta de 1643, o Capitão Povoador Gabriel de Lara partiu de Paranaguá contornando a Ilha Graciosa (do Corisco) e subindo o rio Graciosa (Faisqueira e depois Xaxim) até o limite da maré na junção do rio Curitibaíba onde estabeleceu um porto. Penetrando por terra, abriu a picada até a trilha indígena, subindo a Serra Jaguarapira (Graciosa) acompanhando o rio Itaupava (Mãe Catira) até o Corvo, nas cabeceiras do Rio Taquari”. O nome “graciosa” foi originado da vegetação existente na Ilha do Corisco. E depois esta ilha passou a ter esta mesma denominação.
Com o desenvolvimento da economia paranaense no início do século XIX os Caminhos do Itupava e do Arraial também não comportavam o tráfego cada vez maior de mercadorias e viajantes.
A Estrada da Graciosa veio atender às demandas comerciais entre litoral e planalto e foi concluída em 1873, obedecendo ao traçado do Engenheiro Henrique Beaurepaire Rohan. Este Engenheiro Militar e Tenente Coronel foi contratado pelo Governador Conselheiro Zacarias Góis e Vasconcelos para vistoriar os Caminhos do Arraial, Itupava e Graciosa e projetar uma estrada que permitisse o tráfego de carroções.
Hoje denominada PR 410, a estrada de rodagem foi construída aproveitando alguns trechos do centenário caminho, preservando o calçamento original, e em outros pontos apenas o cortou, tornando-se um importante roteiro turístico paranaense.
Carla Cristina Tonetti Zaleski
Diretora de Geografia – IHGP