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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

A devoção a Nossa Senhora do Rocio

A devoção a Nossa Senhora do Rocio é muito antiga, é provável que remonte ao século XVII.

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A devoção a Nossa Senhora do Rocio é muito antiga, é provável que remonte ao século XVII. Conta a tradição de lendas e histórias registradas por memorialistas, documentos e historiadores, que antigamente, no atual local do Santuário do Rocio, havia uma casinha de madeira, coberta de ramos na qual sitiantes, pescadores e lavradores faziam terços e adorações a Nossa Senhora. Esta singela casa pertencia a Pai Berê, descendente de escravos ou indígenas, hábil pescador que estava acostumado a navegar e a jogar sua rede próximo à prainha do Rocio.

Certo dia, Pai Berê puxou sua rede de pesca e teve uma surpresa, ele encontrou presa às tramas uma imagem que reconheceu como sendo a de Nossa Senhora. Ele levou a santa para casa e instituiu em sua honra terços realizados na primeira quinzena de novembro. Muitas outras famílias de lavradores e pescadores também começaram a pedir intercessão da santa e foram agraciadas com milagres. Assim, a devoção a Nossa Senhora do Rocio foi partilhada por várias pessoas, estas vinham das mais remotas partes da Vila até o Rocio para assistir aos terços, cumprir promessas e pedir intercessão. No entanto, alguns devotos queriam ter a posse exclusiva da imagem, de forma impositiva tiraram a santa de Pai Berê e a colocaram no altar da Igreja Matriz, no centro da vila. De forma misteriosa, toda vez que a santa era conduzida à igreja Matriz, ela desaparecia e amanhecia em seu lugar original, na humilde cabana do Rocio. Convictos da impossibilidade de deterem a imagem no templo paroquial, os devotos resolveram construir uma capela no Rocio da cidade. Isto ocorreu, provavelmente, antes do fim do século XVIII. Continua…

Referência: NASCIMENTO JUNIOR, Vicente. História, crônicas e lendas. Paranaguá: IHGP, 1980. p.179-182.

Priscila Onório Figueira

Historiadora- Diretora de artes plásticas IHGP- biênio 2019-2020

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