Educação com Ciência

Enem e outras avaliações

No texto da última semana me reportei sobre a temática: avaliação.

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No texto da última semana me reportei sobre a temática: avaliação. Hoje, concluirei meu pensamento, que obviamente pode ser distinto ao seu, mas, em todo caso, serve de reflexão. 

Em contexto nacional as metas educacionais partem dos resultados das avaliações aplicadas nos diferentes níveis de ensino. Como a Provinha Brasil, por exemplo, avaliação diagnóstica que visa investigar as habilidades de crianças do 2º ano do ensino fundamental, matriculadas em escolas públicas. A Prova Brasil, por sua vez, avalia alunos do 5.º e 9.º ano através de testes padronizados e questionários socioeconômicos. 

A Lei de Diretrizes e Bases, discorre sobre o objetivo dessas avaliações em seu artigo 9, inciso VI: “assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino”.

Os resultados obtidos nestas avaliações não são animadores. 61% dos alunos do 5.º ano e 9.º ano têm dificuldades em interpretar textos, 65% dos alunos do 5.º ano não dominam o cálculo e 60% dos alunos do 9.º ano não sabem realizar cálculos de porcentagem.

Entre alunos de 15 e 16 anos, o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de alunos) demonstra que o Brasil não vê avanços desde 2009. Segundo o teste, o maior desafio encontrado pelos alunos é a matemática. 

Mas, o objetivo do texto é analisar a aplicabilidade do Exame Nacional do Ensino Médio em época de aulas remotas, por conta da pandemia. 

O ENEM vem sendo realizado desde 1998 e avalia o desempenho escolar ao final da educação básica, colaborando para o acesso à educação superior. No entanto, diante da inusitada situação que o contexto educacional vivencia, onde a adaptação é o lema, será que o ENEM não seccionará ainda mais as desigualdades entre os estudantes?

É verdade que 90% dos brasileiros têm um smartphone e, portanto, acesso aos conteúdos que a escola vem disponibilizando, mas as dificuldades de acesso à internet é uma entre as múltiplas existentes. 

O processo de aprendizagem vai muito além de assistir aulas. Para aprender regras gramaticais, equações matemáticas, classificação taxonômica, enfim, é preciso, antes de tudo, aprender a aprender. O que não é tarefa fácil sem a mediação direta de um professor. 

Será que agora não seria a hora de rever a entrada dos nossos jovens nas Universidades? Na América do Norte, por exemplo, um bom histórico escolar ajuda na admissão ao ensino superior. 

Não é questão de ‘copiar’ estratégias de avaliação de outros países ou regiões, mas sim, analisar de forma contextual. Pois, se a avaliação tem caráter processual, contínuo e formativo, a resposta esteja na análise do percurso escolar do aluno e não em uma avaliação pontual, que por sua vez, definirá a vida acadêmica e profissional do mesmo.

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