Ao presenciarmos cenas violentas praticadas por pessoas aparentemente normais somos levados a questionar: o que torna um ser humano criminoso, destituído de sentimentos, capaz de destruir vidas, de arrasar bens conquistados com sonhos e lutas? Ao vermos estampados na televisão retratos de bandidos, muitos dos quais jovens, um pensamento nos acode: como teria sido a infância dessas pessoas vistas hoje com desprezo pelos espectadores? Teriam sido gerados com amor, recebido carinho da família? Talvez essas perguntas encontrem resposta neste pensamento expresso por Johan H. Kelgren: “Aquele que se sente desprezado faz tudo no mundo para ser odiado.” A realidade atual provavelmente confirma a essência desse pensamento. Porque nada é mais doloroso para uma criatura do que ser alvo do desprezo dos seus semelhantes. Sentir-se rejeitado no lar, na escola, no trabalho, certamente abre na alma uma chaga que nunca cicatrizará. Mormente se a rejeição se origina no preconceito quanto à cor, à condição social, a aparência física marcada por defeitos de nascimento. Por outro lado, as deficiências citadas em geral não representam motivo para que criaturas humanas se transformem em monstros capazes de praticarem ações contrárias à vida de seres inocentes. Talvez esteja incrustada na índole, talvez nos genes. Certamente, a desagregação familiar, o destempero de pais no relacionamento com os filhos sejam as razões fundamentais para transformarem jovens em bandidos.
A responsabilidade de artigos assinados e as opiniões neles expressas não refletem necessariamente as opiniões deste portal.
A responsabilidade do autor se estende à correção ortográfica e demais regras gramaticais da língua portuguesa.