Arte Pensante
“Devemos apreciar obras de arte para adquirir sentimentos angelicais”, Mokite Okada
As obras de arte, desde a Antiguidade até hoje, nem sempre tiveram a mesma função. Ora serviam para contar uma história, para rememorar um acontecimento ou para despertar sentimentos religiosos ou cívicos. Foi recentemente que a obra de arte passou a ser considerada um objeto desvinculado de interesses não artísticos, assim dependendo do propósito e do tipo de interesse com que alguém se aproxima de uma obra de arte, podemos distinguir três funções para ela.
Em primeiro lugar, a arte serve para se alcançar um fim não artístico, isto é, ela não é valorizada por si mesma, mas só como meio de se alcançar uma outra finalidade. Por exemplo, na Idade Média, a arte serviu para ensinar os principais preceitos da religião católica e para relatar as histórias bíblicas. Em segundo, a obra é encarada como um espelho, que reflete a realidade e nos remete diretamente a ela. Essa tendência caracterizou a arte ocidental até meados do século XIX, quando surgiu a fotografia. A partir de então, a função arte, especialmente da pintura, teve de ser repensada. E, terceiro, preocupa-se com a forma de apresentação da arte. Há, nessa função, uma valorização da experiência estética como um movimento em que, pela percepção e pela intuição, temos uma consciência intensificada do mundo, ou seja, é a análise da obra de arte como todo, pela sua forma, seu conteúdo, sua temática, seu contexto histórico, sua técnica, enfim, todos os elementos para a compreensão da obra em si. Quando o ser humano precisa pensar sobre algo, geralmente, busca encontrar elementos funcionais que lhe deem sentido e um valor. Então ele procura responder perguntas como: para que serve? E qual sua importância no mundo?
Esse sentido utilitarista é comum a todos os povos desde as suas formações iniciais. O homem primitivo, por exemplo, precisava se cercar, primeiramente, de objetos que respondessem à sua necessidade urgente de sobrevivência. Por isso, os desenhos nas cavernas, as danças e as representações primitivas precisavam ter utilidade, ou seja, deveriam servir para que os espíritos dos animais fossem atraídos e aprisionados, ajudando os homens nas caçadas.
“A arte é necessária para que o homem se torne capaz de conhecer e mudar o mundo, mas, também é necessária em virtude da magia que lhe é inerente”, Ernst Ficher, A Necessidade da Arte…Continua.