Por: Kátia Muniz
Estava tomando café na casa de uma amiga, quando o esposo dela surge perguntando sobre a chave do carro. No que ela responde: “Está na minha bolsa, querido”.
Minutos depois, ele aparece segurando o acessório pelas alças, enquanto resmunga alguma coisa sobre o peso.
Em pensamento, concordei. Dois tijolos podem pesar menos do que uma bolsa feminina.
Na sequência, o marido a coloca sobre uma mesa de apoio, abre o zíper e olha atônito para o interior.
Coitado! Pensa que, ao vasculhar a bolsa, encontrará fácil o que procura.
Bolsa de mulher costuma ter bifurcação, ou melhor, ser um labirinto. São vários compartimentos que requerem, no mínimo, tempo para explorá-los.
Há zíperes, espaços, esconderijos nunca antes visitados.
Ele continua a remexer. Fica nervoso. Retira alguns objetos, procura mais um pouco e, já um tanto irritado, devolve-os ao interior da bolsa. Em seguida, afirma: “Não estou encontrando”.
“No compartimento externo da bolsa”, diz a proprietária do objeto em questão.
Mas, como previsto, o pobrezinho não soube procurar. Soltou uns grunhidos, à medida que abria e fechava o zíper externo, sem alcançar êxito no que procurava.
Foi reprovado!
Bolsa de mulher é um mistério sendo carregado nos ombros.
É um acessório que dissimula e é capaz de provocar desencontros entre os próprios pertences que desfrutam do mesmo espaço interno. Nem as suas respectivas usuárias encontram com facilidade o que desejam.
Há muita informação em uma bolsa feminina. Existe um novo mundo na hora em que se abre o zíper.
Mas não espere que eu revele o que há dentro de uma. Sou mulher. Também faço uso dessa peça que promove o tema da crônica.
Bolsa de mulher transporta muito mais que utilidades e apetrechos. Assim como a sua dona, detém astúcia e segredos.