Apesar do empréstimo e do apoio político, novamente os serviços não ocorreram no cronograma. Paranaguá estava mais complexa que dez anos antes, pois diferente do início do século XX, quando a população diminuía devido o êxodo urbano, na segunda década a cidade crescia novamente, chegando aos 18.000 habitantes em 1911. Havia também os imigrantes que ficavam em hospedaria específica no Porto Dom Pedro. De acordo com um relatório, naquele ano passaram 9788 imigrantes por Paranaguá.
O prefeito possuía amigos e inimigos e com as eleições se aproximando, a questão da água seria fundamental para garantir ou impedir sua reeleição. Havia relatos favoráveis, elogiando a prefeitura, a câmara e a cidade, mas também existiam os ataques, principalmente do jornal local e opositor, o “Correio da Marinha”, acusando Caetano de levar a cidade e seus moradores à miséria. Entre apoios e oposição, a gestão municipal precisava mostrar força e resolver a questão da água, exigindo que a empresa cumprisse o contrato.
A reunião aconteceu em 26 de fevereiro de 1912 no gabinete da prefeitura. Caetano não participou, sendo substituído pelo prefeito interino coronel Elysio Pereira. Estavam presentes os diretores da “Empreza”, Dr. Conrado Erichsen Filho e Alberto J. Byinton, além de algumas testemunhas. A empresa pediu prorrogação do prazo argumentando que a entrega da tubulação atrasou. O município aceitou e adiou a data limite para 10 meses a partir daquele dia. O acordo ficaria sem efeito se a tubulação embarcada no vapor Crossby não chegasse até março. Para prejuízo do município, os serviços de esgotos foram retirados do contrato e a cobrança da multa de 5 contos de réis pela quebra do mesmo ainda seria decidida por um “Juizo Arbitral”. Aparentemente não foi cobrada da empresa.
Por Alexandre Camargo de Sant’Ana
