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Praça Devoluta – parte 2

Em outubro de 1961, na edição do dia 12, o jornal "Última Hora” publicou um longo artigo com declarações do senhor Hugo Vieira

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Em outubro de 1961, na edição do dia 12, o jornal “Última Hora” publicou um longo artigo com declarações do senhor Hugo Vieira. O ex-diretor do DGTC afirmava não se lembrar de ter assinado qualquer expedição de títulos sobre as terras da Praça João Gualberto. Na verdade, ele só ficou sabendo se tratar de uma praça quando viu a notícia nos jornais. De acordo com Hugo Vieira, na madrugada de 31 de janeiro daquele ano, fora procurado pelo senhor Geraldo Bueno, um funcionário do Departamento. Geraldo chegou acompanhado de um indivíduo de nome Percílio Correia Domingues, que pediu ao funcionário que intercedesse a favor dele em uma concessão de terras devolutas. Na ocasião, também estava presente o funcionário do DGTC e ex-inspetor de terras em Paranaguá, o senhor Sebastião Soares. Ele alertou sobre a existência de outro processo sobre as mesmas terras, mas movido por Geraldo Materewski. Por conta disso, Hugo mandou arquivar ambos os processos e deixou a questão para a próxima gestão decidir.

A história ainda fica mais estranha. Hugo Vieira disse que no dia 29 ou 30 de janeiro, o mesmo Geraldo Bueno foi ao seu gabinete e se ofereceu para ajudar no preenchimento dos títulos. Como o serviço estava acumulado e era necessário terminar antes do fim da gestão, que acabava naqueles dias, Hugo aceitou o auxílio do funcionário. Entretanto, o ex-diretor afirmou que não tem como saber se Geraldo preencheu qualquer título referente ao caso, pois não conhecia a letra de Geraldo.

O jornal acreditava na versão de Hugo sobre ele não ter assinado nenhum título, principalmente porque até aquele momento não havia aparecido qualquer título em nome das duas personagens envolvidas na disputa pelas terras da principal praça de Paranaguá. 

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

Praça Devoluta – parte 2

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