Com a expansão das atividades no Porto D. Pedro II, a elite conectada à economia portuária continuou predominando. Mesmo com as críticas da oposição que se fortalecia, aquela classe política burguesa contou com apoio até dos comunistas em 1955. Apesar do comício e manifesto de 54, eles acabaram participando da mesma coligação que anteriormente elegera o criticado Roque Vernalha. Segundo um artigo do jornal “Imprensa Popular” vangloriando “A FORÇA E O PRESTÍGIO CRESCENTES DO PCB”, Cominese venceu as eleições em 1955 graças aos comunistas, assim como Lupion.
Além deste comunismo forte desequilibrando as eleições municipais, “todos os candidatos das forças contra o golpe saíram vitoriosos” na cidade de Paranaguá, evidenciando também a organização dos trabalhadores parnanguaras: para presidente, Juscelino recebeu 2.143 votos; Jango – para vice – conseguiu mais ainda, ganhando 3.801 votos.
Cominese foi eleito para prefeito pela segunda vez com o apoio dos comunistas e trabalhadores porque teoricamente representava os ideais populares e trabalhistas. Entretanto esta união não seria duradoura, pois muito rapidamente Cominese mostrou-se mais um membro da alta elite econômica portuária do que alguém preocupado com as necessidades dos parnanguaras. Ele não governou de acordo com o esperado pela população, afastou-se dos interesses de seus eleitores e abusou do poder político e econômico.
Devido sua gestão voltada a questões particulares, Cominese facilitou o crescimento da oposição política conectada às demandas populares. Com o apoio de parte da mídia, os opositores usaram os problemas na geração e distribuição de energia elétrica para atacar Cominese, mesmo a Prefeitura não sendo a responsável pelo sistema (que era estadual). Se até aquele momento o PTB apoiava os candidatos do PSD, isso não aconteceria mais e um dos vereadores trabalhistas seria o maior adversário do prefeito.
Por Alexandre Camargo de Sant’Ana