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Ferro burguês

O uso do ferro fundido cresceu com as transformações urbanas europeias e a imposição de novos estilos pela burguesia

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Resultado do desenvolvimento industrial, do avanço da burguesia como poder econômico e político e dos seus projetos de modernização urbana, os monumentos de ferro fundido tornaram-se uma verdadeira febre na Europa e atravessaram o Atlântico.

Mas antes o ferro precisou ser aceito, pois no mundo aristocrático era considerado um material inferior. Apesar de seu tímido começo, tornou-se presença constante na construção, concorrendo com o bronze e substituindo o ferro forjado, a pedra e a madeira. No novo mundo burguês, os operários metalúrgicos e engenheiros representavam a edificação do futuro. Após meados do século XIX surgiram pontes, construções ferroviárias, fábricas e estufas, culminando com a Torre Eiffel em 1889.

O uso do ferro fundido cresceu com as transformações urbanas europeias e a imposição de novos estilos pela burguesia. Depois do massacre dos populares e trabalhadores rebelados em 1848, Paris foi totalmente alterada, consagrando o ferro como elemento artístico e decorativo.

A capital era uma das menores da Europa, formada por um aglomerado de casas e ruas estreitas com cerca de um milhão de habitantes, sem água potável suficiente e péssima rede de esgotos, resultando em epidemias. Entre 1853 e 1870, o prefeito Haussmann implantou bulevares no centro de Paris para dificultar futuras revoltas populares e suas barricadas. A urbanização, além dos esgotos e água encanada, incluía mercados centrais, pontes, monumentos e parques, destinados à nova classe dirigente. Haussmann eliminou as habitações miseráveis do centro e expulsou os moradores pobres, criando um cordão sanitário.

Os elementos mais utilizados foram as peças em ferro fundido. As metalúrgicas artísticas cresceram mais e mais, entre elas a pioneira Val D’Osne, já contando com Mathurin Moreau. Suas obras ganharam o mundo, talvez chegando até Paranaguá. Faltava a confirmação da ASPM.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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