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Ciência e Saúde

Atividade física é aliada de mulheres que estão em tratamento do câncer de mama

Pacientes acompanhadas pelo Instituto Peito Aberto formam grupo de corrida com auxílio de treinadora

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O Instituto Peito Aberto, em parceria com a professora de Educação Física, Daniela Cristina Kleinhans, começaram um projeto para motivar mulheres que fazem o tratamento do câncer de mama ou já terminaram a prática de atividade física. O grupo de caminhada e corrida se reúne aos sábados de manhã no Aeroparque e já sente os benefícios. 

Esta é a primeira vez que a professora Daniela trabalha com pacientes oncológicas e afirmou que já acompanhava e admirava as ações do Instituto. “Uma amiga me passou a informação que o Instituto estava procurando alguém que pudesse ajudar as meninas na orientação da corrida e caminhada. Como sempre participei das corridas contra o câncer, realizadas durante o Outubro Rosa, já admirava o trabalho do Instituto e me coloquei à disposição para participar”, contou Daniela.

Grupo já sente os benefícios da prática de atividade física

O projeto teve início há cerca de quatro semanas e tem reunido cada vez mais mulheres que, ao perceber o potencial da atividade, têm levado os familiares aos treinos. “Uma leva a nora, outra leva o marido, o filho, e isso tem sido muito importante”, destacou Daniela.

A atividade física é recomendada pelos médicos às pacientes oncológicas por ajudar na absolvição dos medicamentos, na diminuição dos efeitos colaterais e na autoestima da mulher.

“Pode aliviar a dor, pois com a medicação algumas podem ter dores nas articulações. A atividade ajuda no ganho de força, elas ganham músculos e também ajuda na parte psicológica. Elas têm um astral muito bom, uma ajuda a outra e isso para mim tem sido revigorante. Estamos tendo o maior cuidado para ninguém se machucar. Na academia que eu trabalho, a proprietária abriu os horários de terças e quintas sem custo para eu poder atendê-las”, relatou Daniela.

Durante o treino, as mulheres fazem um circuito com caminhadas e corridas e a professora afirma que já tem visto evolução. “A princípio, algumas tinham o intuito de fazer caminhada, mas a maioria já consegue trotar e correr. Independente da idade, a atividade traz benefícios a todas. Hoje, a medicina está usando o incentivo ao exercício físico tanto na prevenção quanto no tratamento e no pós-tratamento. Há muitas afirmações quanto aos benefícios”, frisou Daniela.

Claudia Rodrigues Silva Carneiro Neves já foi diagnosticada com câncer de mama e hoje faz somente acompanhamento. Ela tem participado desde o início do projeto de corrida e caminhada. “Minha saúde melhorou muito, tenho mais ânimo para levantar, fazer minhas coisas, melhorou 100%. Já participei duas vezes da Corrida contra o Câncer e neste ano vamos participar mais preparadas. Os médicos sempre me orientaram a fazer atividade física e fisioterapia, mesmo quando ainda fazia sessões de quimioterapia”, destacou Cláudia.

QUALIDADE DE VIDA

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) divulgou um estudo, apresentado em 2017, o qual revelou que 75% dos pacientes de câncer em tratamento reduzem os níveis de atividade física após o diagnóstico. Após voltarem à prática de exercícios, 88% disseram ter sido benéfico para sua saúde e bem-estar e 75% recomendariam o programa a outras pessoas que vivem com câncer.

A SBOC atribui à reabilitação e à atividade física também a capacidade de interferir nos processos biológicos relacionados ao crescimento ou recorrência do tumor, redução da atividade inflamatória, atenuação dos efeitos metabólicos adversos da imobilidade e da quimioterapia e diminuição do risco de complicações cardiovasculares e até de depressão.

De acordo com a Dra. Amanda Rodrigues, da Sociedade de Oncologia, pacientes em tratamento de câncer que praticam exercícios físicos têm menos ansiedade, depressão e fadiga. “Diminui também a dor. As pessoas com câncer costumam pensar que devem poupar energia, fazer repouso, mas é o contrário. O tratamento pode trazer uma série de efeitos adversos que podem ser combatidos pela atividade física, inclusive o ganho de gordura e a perda de massa muscular”, afirmou a especialista.
 

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