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Outro Fernando

As novas evidências permitem especular e criar uma história diferente para Fernando Amaro

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As novas evidências permitem especular e criar uma história diferente para Fernando Amaro. Muito cedo, ainda criança e pobre, tornou-se um agregado da poderosa família Pereira. Cresceu entre os filhos de Antonio, criado como um deles e educado para ser um homem da família Pereira.

Teve acesso à cultura erudita, às festas da elite, aos bailes, à música, ao piano, às letras, declamação de poemas, jornais escritos, discussões sobre política e economia. Preparado para os negócios da família, participava até de viagens marítimas ao Rio de Janeiro, capital imperial.

Em certo momento passou a se interessar por poesia e a se comportar de forma menos apegada ao material, sem dar muito valor ao dinheiro, com a cabeça nas nuvens e imerso em seus pensamentos. Isto rompeu o relacionamento com seu tutor e ele partiu para Morretes, onde continuou como negociante marítimo e poeta.

Em uma época na qual eram raros os letrados, Fernando se destacou como um intelectual. Influente entre a elite, após a emancipação do Paraná e a criação do primeiro jornal da província, teve seus poemas publicados e ficou ainda mais conhecido.

Aparentemente não tinha rancor com sua família adotiva, pelo menos não com Leocádia, pois escreveu uma poesia para a irmã de criação quando esta noivou com o jornalista José Ferreira Pinheiro.

Era uma pessoa respeitada e admirada em Morretes. Morreu de forma repentina na casa de um grande amigo em 15 de novembro de 1857, domingo. Seus camaradas providenciaram o enterro na segunda bem cedo.

Foi um cortejo grandioso, com intensa participação popular e tristeza, mas cheio de carinho pelo jovem poeta, que era relativamente pobre e vivia sozinho. Apesar da separação, Leocádia nunca esqueceu o querido e rebelde irmão Fernando Amaro de Miranda.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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