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Organizando o futebol parnanguara

O futebol em Paranaguá também era regulado a partir da mistura de argumentos morais e científicos e assim como acontecia na capital.

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O futebol em Paranaguá também era regulado a partir da mistura de argumentos morais e científicos e assim como acontecia na capital, o discurso normativo era disseminado e fortalecido pelo jornal local. Defendendo o ideal civilizatório do futebol, o “Diario do Commercio” criou uma coluna específica para publicar as regras e explicar de forma clara o que podia e o que não podia ser feito dentro do campo. Tentavam popularizar “as várias regras [do] FOOT-BALL ASSOCIATION, approvadas pelo <<Conselho de Foot-Ball Association>> de Londres”.

Entre os dias 7 e 12 de junho, o jornal detalhou as 18 regras do esporte inglês. Em seguida, a “Secção Sportiva” analisou as táticas do jogo, discutindo a chamada: “linha de forwards”. Não existia espaço para o individualismo, pois “toda a theoria do jogo dos forwards consiste em tornar o ataque […] uma divisão egual de forças [em] um jogo de conjuncto, de combinação […] um por todos e todos por um”. Ainda segundo o artigo, “os melhores teams têm sido sempre os que sabem pôr em pratica um jogo bem combinado [e] a força physica é um elemento secundário”.

Sempre defendendo um esporte em equipe, com lealdade e respeito, com mais técnica e menos força bruta, o jornal continuou analisando as táticas que deveriam ser usadas em campo. Nos dias 17, 18, 19, 20, 21, 25, 26 e 30 de junho e 2 de julho, a coluna explicou de forma minuciosa como a equipe deveria jogar para ser um “team” de qualidade. Este discurso sobre união e disciplina, honra e lealdade, ia ao encontro do modelo de cidadão desejado pelos formadores de opinião da época, inclusive reforçava o condicionamento social, servindo de exemplo a todos fora do campo.

Alexandre Camargo de Sant’Ana

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