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Assim como aconteceu na capital paranaense, na terra natal de Júlia da Costa, o esporte acabou associado ao conceito de modernidade.

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O futebol profissional surgiu em Paranaguá em meados de 1913, com a fundação do primeiro time da cidade – Paranaguá Foot-Ball Club – criado em 25 de maio. Assim como aconteceu na capital paranaense, na terra natal de Júlia da Costa, o esporte acabou associado ao conceito de modernidade. Fez parte daquele projeto político de transformação social, com o governo local buscando deixar as características rurais para trás e copiando o modelo europeu de urbanização, baseado na ordem (a partir do discurso moral) e na assepsia (fundamentada com a teoria científica). O futebol aproveitou ambos os discursos: 1) seria excelente para a saúde dos jogadores; 2) ajudaria na formação de ótimos cidadãos, pois exigia ordem, honra, respeito, inteligência e um extremo sentido de coletividade – o time ideal deveria jogar em equipe, sem espaços para o individualismo.

Quase um mês após a criação do “Paranaguá”, os treinos do único time da cidade já eram famosos e enchiam o Campo Grande de torcedores. No início de julho, a equipe decidiu a escalação final. Um mês depois, no dia 3 de agosto de 1913, aconteceu a primeira partida de futebol entre times diferentes em Paranaguá. Foi uma festa grandiosa, com intensa participação popular e até um baile em homenagem aos jogadores.

A entrada definitiva da cidade no futebol profissional – mesmo perdendo de 8 a 0 – animou os rapazes patrícios, que correram formar mais times. Como explicou o jornal local no final daquele mês (na edição de 20 de agosto), vários jovens estavam se organizando para criar novas equipes de futebol. Depois de bem treinados, completava a nota jornalística, estes times poderiam jogar no campo da Praça Pires Pardinho. Menos de um mês depois, ocorreu a primeira disputa oficial entre parnanguaras.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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