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Fernando e Leocádia

“Nos jornais paranaenses consultados não encontrei nada relacionando Fernando Amaro com Leocádia”…

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Nos jornais paranaenses consultados não encontrei nada relacionando Fernando Amaro com Leocádia, muito menos confirmando a relação de parentesco. Porém, duas listas de passageiros de navios partindo do Rio de Janeiro em direção à cidade de Paranaguá, evidenciam algum tipo de ligação entre ele e esta família tão poderosa de sua terra natal.

A primeira é de 1846, localizada na edição de 12 de maio do periódico carioca “Jornal do Comércio”. Citado como Fernando Amaro Madruga Miranda, ele estaria com 13 a 15 anos de idade. O navio à vela, aparentemente da família Pereira e comandado pelo tio materno de Leocádia, José Antonio Pereira Alves, zarpou no dia 11. 

Além das diversas mercadorias e da equipe com 12 homens, havia outros dois passageiros: Francisco Antonio Munhoz e José Antonio Pereira (primo de Leocádia?). Era um cargueiro carregado, deixando claro que a viagem foi a negócios. A outra lista está na edição de 15 de novembro de 1850 do “Diário do Rio de Janeiro”. O Brigue Cacique partiu dia 14 com vários passageiros, inclusive mulheres e crianças, e o navio aparentemente não pertencia à família Pereira. Chama a atenção os três primeiros nomes: Antonio Pereira da Costa (pai de Leocádia), Manuel Francisco Correa (pai do Barão do Cerro Azul?) e Fernando Amaro de Miranda, com cerca de 18 anos.

A afirmação de Leocádia e as duas listas mostram que o poeta possuía uma relação íntima com esta família, alterando drasticamente toda a teoria sobre suas origens humildes. Ele pode ter nascido pobre, mas cresceu e foi educado entre a elite parnanguara, na família Pereira. Por isso Leocádia o considerava como irmão. Então, como morreu pobre e sozinho em Morretes?
 

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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