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Belas Patrícias

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Alguns hábitos femininos eram aprovados pelos formadores de opinião da mídia escrita local e comentados em notas e artigos jornalísticos. Desse modo, a exaltação da mulher agradável, mas também frágil e educada, que enche o ambiente de beleza e charme com sua elegância, aparece em algumas notas sobre a movimentação da principal rua da cidade: a Rua XV de Novembro. Se por um lado esses comentários permitem entender melhor o ideal de mulher daquela época, também evidenciam que até mesmo passear em grupo pelas ruas não era algo assim tão normal para as mulheres parnanguaras, pois percebiam tal atitude como uma transformação nos costumes. 

Segundo uma nota de 03 de abril de 1914, o “sexo gentil”, em “grupos perfumados”, deu um “aspecto alegre à nossa rua principal” e contrariou o “hábito inveterado”.  No dia seguinte, outra nota comentou a novidade e relacionou pelo nome “as gentis patrícias que, em grupos perfumosos, davam graça” à Rua XV – mostrando que o “sexo bello vai acompanhando o evoluir dos tempos, sempre caprichoso na mutação das cousas”. O mesmo jornal, duas semanas depois, publicou mais uma lista das “gentis e delicadas senhoritas que borboletearam, lépidas e risonhas” pela Rua XV na noite de Domingo: “expargindo perfumes […] embalsamando o ar […] extasiando nos com as suas deliciosas formas, apezar cobertas com artísticos e modelares vestidos”. 

A edição do dia 22 também relacionou “as gentis patrícias” que com seus “rizos […] e trajes magníficos deram certa animação à nossa principal rua”. Elas ocuparam o “Jardim Chavantes, apalmeirado e ajardinado a capricho” e nem mesmo a partida de futebol na Praça Pires Pardinho atraiu a atenção das jovens, “mesmo porque ellas não gostam que seus predilectos se entreguem a tão brutal divertimento”.  

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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