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Polícia

Operação Hórus prende acusados de duplo homicídio em Paranaguá

Delegado Nilson Diniz afirma que prisão preventiva é essencial para continuidade das investigações

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Delegado Nilson Diniz explicou como ocorreu a ação que prendeu quatro foragidos suspeitos da morte de Rafael e Gabriel

No início da manhã de terça-feira, 18, a Polícia Civil do Paraná (PCPR), através de equipes da 1.ª Subdivisão Policial de Paranaguá (1.ª SDP), sob o comando do delegado-adjunto e operacional, Nilson Diniz, deflagrou a Operação Hórus em Paranaguá. Ao todo, na ação foram cumpridos nove mandados judiciais, cinco de prisão temporária e quatro de busca e apreensão. A operação, que focou na repressão a crimes contra a vida no município, prendeu quatro foragidos suspeitos de envolvimento nas mortes de Gabriel Santos França de Freitas, de 19 anos, e Rafael Alves do Carmo, de 25. O duplo homicídio aconteceu na madrugada do dia 26 de maio, no cruzamento das ruas Manoel Corrêa com Ildefonso Munhoz da Rocha, no bairro Palmital. As vítimas estavam em um táxi.

De acordo com o delegado Nilson Diniz, a Operação Hórus foi realizada por volta das 6h e foca na repressão e atuação do Estado contra crimes violentos contra a vida. "Esses investigados são suspeitos da prática do homicídio do Rafael e do Gabriel ocorrido no dia 26 de maio logo após saírem de uma casa de shows em Paranaguá. Durante 15 dias, a Seção de Investigação coletou elementos testemunhais, realizou oitivas de testemunhas, coletou imagens do circuito de câmeras da casa de shows e do trajeto realizado pelos autores dos assassinatos, e foi possível, diante deste contexto, colocar essas pessoas na cena do crime. Diante dos fatos, representei pela prisão temporária dessas pessoas, em virtude da necessidade da restrição de liberdade delas para o sucesso das investigações. São pessoas que se estivessem soltas seriam verdadeiros obstáculos para a coleta de provas", destaca.

Segundo o delegado, quatro pessoas que tiveram mandado de prisão preventiva expedido já se encontram encarceradas na 1.ª SDP, a princípio pelo período de 30 dias. "Será também o prazo que a seção de investigação terá para concluir o inquérito policial e, aí sim, alimentar o Ministério Público de todos os elementos necessários para o oferecimento da denúncia", destaca Diniz.

Operação Hórus foi realizada na terça-feira, 18, em Paranaguá (Foto: PCPR)

PRESOS E DETALHES DO DUPLO HOMICÍDIO

Nilson Diniz afirma que foram presos durante a Operação Hórus, Luiz Fernando de Souza, de 34 anos, Jhonatan Tomaz Henrique, de 36, Thiers Thierry Tomaz Henrique, de 22 anos, e Jean Paulo de Melo. Um dos alvos da ação policial, Luiz Fernando de Souza, já estava preso. Foragido da Justiça, ele foi capturado por policiais militares, em uma casa na Colônia Pereira, no dia 1.º de junho. Além do mandado de prisão em aberto, pelo envolvimento com o tráfico de entorpecentes, Luiz portava uma pistola calibre .380, com dois carregadores municiados. Deiveson Aurélio de Castro, de 34 anos, conhecido como “Tato”, também envolvido no duplo homicídio, não foi localizado durante a ação policial. Qualquer informação com relação ao paradeiro do foragido, deve ser repassada pelo 197, da Polícia Civil, ou pelo 181, o Narcodenúncia da Secretaria Estadual de Segurança Pública.

"Luiz Fernando, que já havia sido preso pela Polícia Militar, em flagrante de porte de arma de fogo com sinal suprimido, ele teria sido uma das pessoas que se encontravam na motocicleta que realizou a abordagem das vítimas, diante dos elementos coletados. Deiveson seria o condutor da motocicleta, que conduziu até o local da abordagem. Os demais presos de alguma forma teriam participado materialmente do crime, ou seja, fornecendo a moto, os capacetes, a arma de fogo que foi usada pelos executores do crime", ressalta o delegado.

Nilson Diniz afirma que até o momento, embora os suspeitos tenham negado ter realizado ou participado do duplo homicídio, foram apuradas informações importantes pela Polícia Civil. "Segundo o que foi apurado, teria havido uma briga no dia 31 de março entre duas pessoas que hoje estão encarceradas e o grupo ao qual fazia parte uma das vítimas, o Gabriel. Este desentendimento ocorreu aproximadamente há dois meses e, no fim de semana do dia 26 de maio, foi a primeira vez que ambos os grupos se encontraram no mesmo local. Diante do que se apurou, houve uma discussão rápida no interior do local, e aí sim, os dois executores deixaram o estabelecimento comercial já com a ideia de cometer o homicídio" explica.

"Em um primeiro momento, os suspeitos se enganaram e abordaram um táxi errado, não era o veículo em que se encontravam as vítimas. Posteriormente, eles abordam um casal que teria saído do estabelecimento, então eles retornam e aguardaram as vítimas que seriam executadas", salienta o delegado.

De acordo com Diniz, inicialmente a intenção dos criminosos era de matar Gabriel. "O Rafael, até o presente momento, não possuía vínculo nenhum, não havia motivação nenhuma para a morte dele. Tudo leva a crer que uma reação inesperada dele, no momento da execução, fez com que o atirador também efetuasse o disparo que atingiu suas costas e o levou a óbito ainda no local do crime", destaca Diniz.

FORAGIDO

Segundo o delegado, Deiveson e Luiz Fernando, que são os acusados do cometimento do duplo homicídio, antes do crime já eram foragidos da Justiça. "Ambos já possuíam mandado de prisão preventiva expedidos em seu desfavor. Logo após a prática deste crime, eles permaneceram foragidos e a PM realizou a prisão de Luiz Fernando na região de Alexandra, o qual tinha uma arma de fogo de sinal suprimido. Esta não é a arma de fogo utilizada no crime, é bom frisar. Então a PM fez o flagrante e o trouxe para a Delegacia e ele se mantinha preso pelo mandado de prisão preventiva e flagrante da arma feito pelos policiais, logo depois dele receber o alvará de soltura em razão do flagrante, ele permaneceu encarcerado pelo mandado de prisão preventiva. Nesta semana, foi cumprido em desfavor do Luiz Fernando mais um mandado de prisão preventiva em razão de ser suspeito deste homicídio", explica.

Deiveson Aurélio, o "Tato", suspeito de conduzir a moto para cometimento do duplo homicídio, está foragido e seria um indivíduo de alta periculosidade, segundo PCPR

Diniz explica que o mandado prevê a prisão de 30 dias inicialmente, fazendo com que, livre de qualquer coação, a Polícia Civil possa fazer oitivas de testemunhas, perícia nos aparelhos celulares dos envolvidos e, ao final deste período, coletar e repassar ao Ministério Público as informações para oferecimento da denúncia ou não.

Deiveson Aurélio, o "Tato", suspeito de conduzir a moto e está foragido, seria um indivíduo de alta periculosidade, segundo o delegado. "Ele inclusive teria dito à vítima dentro da casa de shows que iria ver o que aconteceria do lado de fora, uma pessoa que já prometia a morte do Gabriel e veio a cumprir as ameaças. É uma pessoa que, em liberdade, oferece risco concreto à coletividade e vai continuar cometendo crimes. Foi inclusive divulgado um vídeo desta pessoa ostentando uma arma de fogo, proferindo ameaças", explica.

Qualquer informação com relação ao paradeiro do foragido, deve ser repassada pelo 197, da Polícia Civil, ou pelo 181, o Narcodenúncia da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SESP).

RELEMBRE O CASO

De acordo com populares, os dois rapazes mortos e um amigo teriam se envolvido em uma confusão, momentos antes dos assassinatos, em uma casa noturna na região da Ponta do Caju. Os três deixaram o local em um táxi, o qual foi perseguido por dois indivíduos que ocupavam uma moto preta. Ao parar no cruzamento, o piloto da motocicleta entrou na frente do táxi, obrigando o motorista a parar o veículo. O garupa desceu da moto e, armado, abriu a porta do carro e começou a atirar.

O primeiro a ser atingido foi Gabriel, que estava sentado no banco traseiro. O rapaz foi alvejado por pelo menos três disparos de arma fogo na cabeça. Na sequência, o assassino disparou uma vez contra Rafael, que estava sentado no banco da frente, ao lado do motorista. O tiro atingiu o ombro da vítima. O taxista e o outro passageiro não foram atingidos. Após os disparos, os dois homens fugiram na motocicleta.

PM e SAMU foram acionados e prestaram atendimento às vítimas. “Rafinha” não resistiu ao ferimento e morreu no local. Já Gabriel chegou a ser encaminhado para a emergência do Hospital Regional do Litoral, mas morreu durante o atendimento.

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