Nota desmentiu informação publicada em veículo de que medida restritiva teria sido cancelada
A Prefeitura de Matinhos anunciou na quarta-feira, 24, em entrevista coletiva com o prefeito José Carlos do Espírito Santo, o Zé da Ecler, e autoridades, que realizará um “lockdown” no município devido à situação da pandemia de Covid-19, a qual lotou unidades de saúde e hospitais da cidade, bem como incidiu no aumento de casos e mortes decorrentes da doença nas últimas semanas. Na quinta-feira, 25, veículos chegaram a divulgar que Matinhos teria desistido de decretar a medida restritiva, entretanto o Departamento de Comunicação da prefeitura desmentiu a informação e afirmou que o “lockdown” começará a valer a partir do dia 1.º de março.
Segundo a assessoria, não é verdadeira a informação divulgada por alguns veículos de comunicação “de que o município teria desistido de decretar o lockdown pelo período de 14 dias”, completa. “Não houve nenhuma mudança ou retrocesso na decisão tomada. O que está acontecendo é organização na infraestrutura para uma operação efetiva”, explica.
“Ainda seguem em discussão questões como o fechamento das ruas, aquisição de materiais para aferição de temperatura e medidas de orientação e fiscalização. A prefeitura reforçou que o decreto seria publicado ainda na quinta-feira, 25, e que as medidas passam a valer a partir da 0 hora de segunda-feira, 1.º”, afirma o Departamento de Comunicação.
Medidas severas
Em coletiva na quarta-feira, 24, o prefeito Zé da Ecler garantiu que as medidas adotadas em Matinhos serão severas. “Só desta maneira faremos com que as pessoas se conscientizem, pois vejo que há pessoas que não conseguem se conscientizar que a vida vale mais que dinheiro”, afirma o prefeito, ressaltando que o município também fiscalizará os decretos vigentes como o toque de recolher e uso de máscara.
“As pessoas que não concordam com este decreto não gostam da própria vida. Nós vamos limitar apenas ao essencial, como posto de gasolina, mercado, farmácia, mas também totalmente limitado. Vamos fiscalizar com força-tarefa junto à Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Vigilância, enfim, com todos nas ruas”, informa.
Segundo o prefeito, a Guarda Municipal será essencial na fiscalização e atuará durante os 14 dias de “lockdown” sem folga para garantir o respeito ao decreto. “As pessoas vão ficar em casa, não vamos permitir que entrem em Matinhos, andem na praia, no calçadão. Que saiam de casa somente se for realmente necessário. As pessoas serão barradas, paradas na rua e estradas, indagadas por querer saber onde elas estão indo”, detalha.
“Vamos nos conscientizar para tentar salvar as nossas vidas. Se todos os prefeitos do Brasil tomarem esta atitude, que é algo que não é político, mas de alguém que respeita o ser humano. Esperamos que, em breve, o País erradique a doença, se Deus quiser”, afirma Zé da Ecler.
Barreiras sanitárias
Segundo Zé da Ecler, com apoio da Polícia Militar do Paraná (PMPR) e Guarda Municipal, serão feitas barreiras sanitárias na entrada do município. “Queremos evitar que as pessoas entrem em Matinhos. Quem quiser sair que saia, mas para entrar vai ter que ter uma desculpa convincente. Para entrar em Matinhos, nesses 14 dias, vamos fazer de tudo para que ela venha só se for realmente necessário, ou saia do município só se for algo muito urgente. Não é época de passeio, de brincadeira, de vir para a praia curtir a orla. Para podemos curtir no futuro, vamos ficar em casa nessas duas semanas, e aí depois imagino que vamos diminuir 100% a situação que está hoje, com hospitais lotados, Hospital Regional do Litoral (HRL) lotado”, alerta.
“Estamos em um desespero muito grande, então precisamos de uma atitude drástica, que as pessoas não saiam de casa nesses 14 dias”, afirma o gestor.
Sistema público de saúde
Segundo o secretário municipal de Saúde, Paulo Henrique de Oliveira, em um mês e 23 dias, houve uma dobra no número de casos de Covid-19 em Matinhos em comparação ao identificado até o dia 31 de dezembro de 2020. “Os dispositivos da saúde pública de Matinhos estão sobrecarregados e superlotados. A UPA tem uma média de atendimento nos últimos sete dias de 400 por dia”, alerta. “Os dados são preocupantes. Fizemos uma reunião para de maneira mais enérgica endurecer as medidas de combate à pandemia”, explica Oliveira, destacando ainda que a atual gestão herdou uma estrutura de saúde sucateada.
“Identificamos que as pessoas optaram ou por passar seu home office no litoral, ou realmente as pessoas estão cumprindo sua quarentena ou atestado se concentrando em Matinhos. Isso aumenta a população na padaria, na farmácia, no supermercado e, consequentemente, congestiona os serviços públicos de saúde”, finaliza o secretário.
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