Cidadania

20 de novembro é marcado pelo Dia da Consciência Negra

Filósofa Djamila Ribeiro diz que a filosofia define o racismo como "estrutural e estruturante" e diz que o combate passa por políticas públicas (Foto: UOL)

20 de novembro é marcado pelo Dia da Consciência Negra

20 de novembro é marcado pelo Dia da Consciência Negra

Movimento ganhou notoriedade na década de 1970

Hoje, 20 de novembro, é o momento que marca o Dia Nacional da Consciência Negra, data que relembra a resistência do último dos líderes do Quilombo dos Palmares no Brasil. Zumbi foi executado em 20 de novembro de 1695 pelas forças do bandeirante português Domingos Jorge Velho. 

Consciência negra é um termo que ganhou notoriedade na década de 1970, no Brasil, em razão da luta de movimentos sociais que atuavam pela igualdade racial, como o Movimento Negro Unido. O termo é, ao mesmo tempo, uma referência e uma homenagem à cultura ancestral do povo de origem africana, que foi trazido à força e duramente escravizado por séculos no Brasil. É o símbolo da luta, da resistência e a consciência de que a negritude não é inferior e que o negro tem seu valor e seu lugar na sociedade.

A escritora e filósofa, Djamila Ribeiro, voz da consciência negra feminina no Brasil, fala que “o empoderamento – seja através dos debates, das roupas e do cabelo – dos movimentos negro e feminista é resultado de um “trabalho histórico, que vai ganhando mais resultado à medida que as pessoas vão adquirindo mais consciência”. Djamila reconhece que a Internet abriu o espaço para que essas questões, que não eram e não são discutidas na mídia tradicional, tenham mais visibilidade. “É um lugar onde pessoas negras passam a existir”, ressalta.

A filósofa define o racismo como “estrutural e estruturante” e diz que o combate passa por políticas públicas e afirmativas na área da educação e representatividade na mídia “e em espaços que a gente possa se enxergar de maneira positiva”. Djamila defende, ainda, uma reforma política para que negros e mulheres tenham mais representantes. Nas palavras da própria filósofa: “A gente precisa mexer nas estruturas para conseguir, de fato, garantir oportunidades mais iguais para a população negra”.

O que é consciência negra?

Muitas pessoas, erroneamente, dizem que não se deve celebrar a consciência negra, e sim a consciência humana. Isso, no entanto, é uma ideia que pode até ter surgido com boas intenções, mas acabou prestando um desserviço à luta contra o racismo e a favor da igualdade racial. Historicamente, a sociedade sustentou-se por meio de uma relação desigual entre pessoas por vários fatores. Os principais fatores de desigualdade são:

  • Gênero;
  • Cor da pele;
  • Sexualidade;
  • Condição socioeconômica

A consciência negra é isto: um misto de conscientização da importância do preto na sociedade, do reconhecimento do valor, da cultura e da luta de pessoas pretas que não se calaram e levantaram a cabeça contra o racismo. Apesar do protagonismo negro nessa consciência – que mais do que uma ideia ou conceito, é uma espécie de prática que dá “movimento” aos movimentos sociais, podemos esperar que, a partir do choque com a consciência negra, as pessoas brancas repensem suas práticas.

Fonte: Agência Brasil e Vice Media Group

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