Um dos maiores alertas que se faz durante a campanha Outubro Rosa é com relação às formas de prevenção do câncer de mama. Adotar hábitos saudáveis e lembrar-se de procurar os exames com a frequência indicada pelos médicos já é um bom começo para o autocuidado das mulheres. No entanto, o que se percebe nos últimos meses, em função da pandemia da Covid-19, é uma redução nessa procura pelos exames preventivos, algo alarmante e que foi evidenciado pela mastologista da Unimed Paranaguá, Dra. Ana Carolina Marcondes Machado Leprevost.
Segundo ela, a pandemia impactou no diagnóstico precoce do câncer de mama. “Considerando que nossa principal arma para isso é a mamografia e que estimativas mostraram uma redução de 67% da realização de mamografias entre os meses de abril a julho de 2020, comparado com os anos de 2018 e 2019, já podemos avaliar que o impacto no diagnóstico precoce será bem grande”, afirmou a médica.
Ela lembrou as mulheres que fazem parte do grupo de risco. “Consideramos que a maior faixa de risco para a Covid eram também pacientes com maior risco de câncer de mama. Ou seja, acima dos 60 anos e com outras comorbidades associadas, sobretudo obesidade – que é também, para o câncer de mama, um dos maiores fatores de risco, sobretudo na menopausa”, destacou Dra. Ana Carolina.
Portanto, as mulheres que não puderam fazer o exame na data recomendada, precisam procurar também outras formas de prevenção. “O alerta que deve ficar, na minha opinião é que, em não se podendo fazer o exame na época que seria indicada, o foco deve ser voltado para a verdadeira prevenção, isto é, caprichar na alimentação, na qualidade do sono e se exercitar, mesmo que em casa. Organizar-se para, assim que possível, também realizar os exames. No caso de perceber qualquer alteração na mama, não esperar, procurar um mastologista”, ressaltou a médica.
Mulheres em tratamento
A pandemia exige que mulheres que já tiveram o diagnóstico tomem cuidados extras. “É preciso redobrar os cuidados com alimentação, hidratação, sono de qualidade, prática de atividades físicas e verificar a necessidade de reposição de vitamina D. Sair somente para o necessário, levando sua máscara e seu álcool em gel. Cuidado com higienização dos produtos que chegam por entregas e pelos Correios e jamais abandonar o tratamento”, salientou Dra. Ana Carolina.
Quando a mamografia deve ser feita?
A periodicidade recomendada para a mamografia, segundo a médica, pode variar para cada mulher. “Seguindo o protocolo da Sociedade Brasileira de Mastologia, a mamografia é indicada anualmente a partir dos 40 anos. Pelo Ministério da Saúde, deve ser realizada entre 50 e 69 anos, com intervalo máximo de dois anos entre uma e outra. Para pacientes de alto risco familiar, a conduta é individualizada”, frisou Dra. Ana Carolina.
Campanha
Para ela, a campanha Outubro Rosa tem um significado especial, por ser uma forma de levar a informação a uma quantidade maior de mulheres. “A campanha contribui demais, uma vez que a cada ano aumenta o foco na verdadeira prevenção, que está relacionada ao estilo de vida, sem deixar de lembrar a importância dos exames, especialmente a mamografia”, conclui a mastologista.