Editorial

A importância da leitura na era das fake news

Ou seja, em um País onde há pouco acesso aos livros, certamente a difusão das notícias falsas se tornarão permanentes.

As “fake news” tomaram conta de assuntos que antes circulavam como boatos entre vizinhos, em bares, em grupos de condomínios, e que, agora, se espalham com rapidez e sem limites através da rede mundial de computadores. São notícias mentirosas sobre a utilização de um remédio, sobre caixas de leite vencidas, sobre o fim de serviços públicos, entre tantos outros temas, que têm prejudicado a vida de todos, inclusive de quem a transmite.

Com isso, fica a reflexão sobre as formas e ferramentas que possam ser usadas contra esse mal do século. Como evitar as “fake news” e não propagá-las?

Nesse contexto entra o papel da educação, o qual trabalha com força, atualmente, através da Educomunicação. Esta, por sua vez, utiliza as mídias na educação; oportuniza a produção de conteúdos oficiais educativos e a gestão democrática das mídias. Em Paranaguá, professores da rede municipal de ensino já trabalham com o conceito em sala de aula. O que, certamente, em um futuro breve, terá seus frutos colhidos não apenas no ambiente escolar, mas no dia a dia de crianças e adultos em sociedade. Isso porque a educação e a comunicação caminham lado a lado.

O conhecimento através da escrita e da leitura, por exemplo, gera o relacionamento com o mundo. E eles são gerados também a partir dos meios de comunicação. Alguém que lê um jornal e ou um livro como hábito, costuma ter o filtro do que é um boato, ou uma verdade.

O presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), recentemente se manifestou sobre o assunto e disse que a falta do hábito da leitura favorece a circulação de notícias falsas. Para ele, grande parte das notícias mentirosas poderia ter sido evitada, caso a população soubesse interpretar um texto. “Não é apenas ler, mas saber o que está lendo”, lamentou.

Na mesma linha, a pesquisa “Retrato da leitura” revela que 44% da população brasileira não lê e 30% nunca comprou um livro. Ou seja, em um País onde há pouco acesso aos livros, certamente a difusão das “fake news” se tornarão permanentes.

Se não houver um esforço conjunto do Estado através de programas que possibilitem que a criança tenha acesso à leitura, haverá mais e mais adultos propagadores de “fake news”. Exemplo positivo está em matéria veiculada hoje, nesta edição, em que professores da Escola Municipal Manoel Viana incentivam a leitura diária na instituição.

Apesar de toda a expansão da tecnologia, o futuro deve ter como norte a base da leitura e da escrita. Com base nisso, fica a reflexão através do pensamento de Bill Gates. “Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever – inclusive sua própria história”.

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