No artigo anterior comentamos sobre Hans Staden e William Michaud, agora faremos um resumo da trajetória de Julius Platzman, que contribuiu com informações etnográficas e botânicas sobre o litoral norte paranaense.
Julius Platzmann nasceu em Leipzig, na Alemanha, em 31 de março de 1832 e faleceu em 1902 no seu próprio País. Quase não é comentado quando falamos da história do Paraná e do litoral, no entanto, viveu em Guaraqueçaba por seis anos.
TREVISAN (2002) comentou sobre o itinerário de Julius Platzmann até chegar ao seu alvo principal, a Ilha do Pinheiro, que hoje faz parte do Parque Nacional do Superagui. Veio de Hamburgo, Alemanha, até o Rio de Janeiro de navio, depois pegou um vaporzinho de cabotagem para Paranaguá. Logo depois foi para a Ilha do Pinheiro em barco a remo.
Segundo TREVISAN (2002), a primeira morada do Julius Platzmann foi na casa de um francês na Ilha do Pinheiro, de sobrenome Melly, coparticipante da Colônia Suíça de Superagüi. Como necessitava aprender português, foi morar em Bertioga, na Ilha das Peças, com famílias brasileiras. Após viver na Ilha do Pinheiro, morou na localidade denominada Sebuí, no continente, à beira do Rio Poruquara. Ficou proprietário de uma área nessa localidade, onde permaneceu até 11 de abril de 1864. Ao ir embora do Brasil doou a terra que adquirira para Ana Maria Barbosa (LOPES, 2009), moradora local.
TREVISAN (2002), comentou que a sua vinda ao Brasil foi certamente uma aventura individual, sem qualquer patrocínio, diferente das expedições coletivas tão em moda no século XIX. Bem observado pelo autor, a diferença também é que essas expedições se deslocavam por grandes itinerários, ao passo que Platzmann se estabeleceu numa única região durante seis anos, o que lhe permitiu observar e registrar com mais profundidade a natureza e a cultura local.
Publicou um livro chamado Aus Der Bai Von Paranaguá (Da Baía de Paranaguá) em 1872, em Leipzig, não traduzido e não conhecido no estado do Paraná, até que Francisco Lothar Paulo Lange, pontagrossense e morador de Curitiba, com estímulo do seu amigo Henrique Paulo Schmidlin, o traduziu e publicou e fez questão que fosse lançado em Guaraqueçaba, o que aconteceu em 2011 no dia do aniversário da cidade. Esse livro está disponível no Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá para quem desejar conhecer.
Guadalupe Vivekananda Fabry
Presidente – IHGP
