O material do poeta é a vida. Seu instrumento é a palavra. Sua função é a de ser expressão verbal rítmica ao mundo informe de sensações, sentimentos e pressentimentos dos outros com relação a tudo o que existe ou é passível de existência no mundo mágico da imaginação. Seu único dever é fazê-lo da maneira mais bela, simples e comunicativa possível.
O Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá publica a poesia classificada em segundo lugar no II CONCURSO DE POESIAS DO IHGP.
Paranaguá – Água Grande Circular
Terra de todos nós
Autoria: Glória Torres
São Paulo – São Paulo
Na Terra de Paranaguá, onde o mar beija a terra com ternura infinita,
E as águas sussurram segredos de eras passadas,
Deslizam sonhos de todas as gentes nas brisas salgadas,
Tecendo lendas nas sombras das árvores antigas.
Ah, Paranaguá, de manguezais que abraçam a vida,
Onde o verde encontra o azul em uma dança carijós contínua,
O sol nasce com promessas de um novo dia,
E se põe, pintando o céu com cores de nostalgia.
As canoas deslizam suaves como memórias,
Cortando espelhos d’água que refletem histórias.
Pescadores caiçaras lançam redes, não só ao mar,
Mas também ao passado, onde tradições vão buscar.
Os golfinhos brincam livres, em sinfonia marinha,
Enquanto as garças, altivas, desenham o infinito.
Os mistérios das marés, no sobe e desce ritmado,
Guardam segredos de um mundo fandango encantado.
A cidade repousa entre os braços do oceano,
Casas coloridas, de janelas para o cais.
O cheiro de maresia mistura-se ao de café fresco,
E o tempo parece caminhar mais devagar,
sem pressa de chegar.
Nas noites estreladas, o céu beija a água,
E as estrelas refletem, criando um tapete de luz.
Lá, os sonhos são tecidos com fios de luar,
E as ondas, como canções, vêm nos embalar.
Paranaguá, terra de encantos e mistérios,
Onde o passado encontra o presente em harmonia.
Cada canto, cada pedra, cada trecho de areia,
Conta histórias de um povo
de todas as gentes que vive em sinergia.
Oh, Terra de Paranaguá, onde as águas reinam soberanas,
E a vida de gente latina pulsa no cais em cada onda que vem e vai.
Que teu encanto permaneça eterno,
E que teus segredos sejam sempre guardados pelo mar.
