Nesta missão de escrevermos sobre os principais ambientalistas brasileiros, não há como deixar de fora Fernando Gabeira. Ele nasceu em 1941, em Juiz de Fora/MG, mas pode ser considerado carioca por opção desde 1963. Escritor, jornalista e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro, foi também um dos fundadores do Partido Verde em 1986 ao lado de outros ambientalistas como Lúcia Veríssimo, Alfredo Sirkis, Domingos Fernandes, Lucélia Santos, Carlos Minc, John Neschling, Washington Rio Branco, Luiz Alberto Py e Guido Gelli.
Como jornalista, Gabeira trabalhou no Jornal do Brasil de 1964 a 1968. Ingressando na luta armada contra a Ditadura Militar, militava no Movimento Revolucionário Oito de Outubro e teve participação no sequestro do embaixador norte americano Charles Burke Elbrick. Foi preso em 1970 na cidade de São Paulo e após alguns meses foi trocado com outros 39 presos pelo embaixador alemão Ehrenfried von Holleben, que também havia sido sequestrado. Após isso foi exilado no Argélia, Chile, Suécia e Itália.
Em 1979 voltou ao Brasil e escreveu diversos livros como “O que é isso Companheiro” (vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura em 1980 e transformado em filme em 1997), “O crepúsculo do Macho”, “Entradas e Bandeiras”, “Hóspede da Utopia”, “Sinais de vida no Planeta Minas”, “Nós que Amávamos tanto a Revolução”, “Vida Alternativa uma revolução do dia a dia”, “Rua 57 — o nuclear na terra do sol”, “A maconha”, “Navegação na neblina”, “Onde Está Tudo Aquilo Agora” e “Democracia Tropical: Caderno de um aprendiz”, literatura que trouxe sempre importantes reflexões políticas, sociais e ambientais.
Após abandonar a carreira política eleitoral, Fernando Gabeira, desde 2013, apresenta e participa de programas de reportagens em canal por assinatura. Continua militando com o seu pensamento crítico por um país mais consciente de sua história e perspectivas de futuro. Viva Gabeira!