Certo dia, um amigo chegou em casa e ao ver a coleção de gaiolas de seu pai revoltou-se. Logo começou a abrir uma a uma e soltou todos os pássaros que ali estavam encarcerados. Guardada a proporção da encrenca que ele teve devido a este ato libertário, devemos volta e meia na vida gritar assim como ele: Liberdade aos bichos!
Vivemos como bichos engaiolados. Somos presos a uma série de rotinas e convenções que fazem mal não somente ao nosso corpo, mas também ao planeta. Não economizamos energia elétrica, não priorizamos o transporte coletivo, não ligamos nosso esgoto na rede coletora jogando dejetos nos rios, jogamos restos de construção na rua, não reduzimos nem mesmo separamos o nosso lixo. Nosso corpo, que também chamamos de cidade, está doente.
Precisamos urgentemente achar a cura da doença que nos cega a ponto de não entendermos que somos parte de uma estrutura vital para a nossa convivência social. Quando os gregos começaram a organizar a “pólis” com a estruturação política, eles visavam a estruturar ao máximo as relações sociais para que a melhor convivência possível entre as pessoas fosse construída. Infelizmente nem todas as cidades puderam ser planejadas e muitas acabaram crescendo sem organização e visão de futuro.
Devemos então promover a libertação do cidadão toda a vez que o mesmo entender que ele é o maior agente de transformação social, ambiental e econômica. Na educação ambiental utiliza-se muito a expressão “pensar globalmente e agir localmente”. Se este pensamento atuar no dia a dia das pessoas teremos um grande tsunami de boas ações que passarão a agir como medicamento para a doença dos grandes centros urbanos.
Precisamos dar liberdade ao espírito coletivo e harmonioso que fará das cidades territórios agradáveis de convívio gerando o bem-estar social. Com bem-estar social cria-se uma reação em cadeia que certamente amenizará os impactos que causamos hoje no planeta e que de alguma forma já trazem transtornos que até pouco tempo não eram percebidos.
