Coronavírus

Saiba quais são os sintomas da Ômicron em vacinados contra a Covid-19

Imunização protege contra o vírus e faz sintomas serem mais leves e curtos

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No último mês, o Instituto Butantan divulgou estudo feito pelo aplicativo ZOE COVID Study, em parceria com o King’s College London, da Inglaterra, que relacionou os sintomas da variante Ômicron da Covid-19 em pessoas vacinadas contra o Coronavírus. Segundo os dados científicos, imunizados contra a enfermidade apresentam manifestações da enfermidade mais leves e por menos tempo do que pacientes que não receberam nenhuma dose. 

“Um dos maiores estudos populacionais do mundo sobre os sintomas da variante ômicron do SARS-CoV-2, feito por meio do aplicativo ZOE COVID Study, em parceria com o King’s College London, da Inglaterra, detectou sintomas comuns entre infectados com a variante Ômicron e constatou que a maioria deles são mais leves do que os causados pela variante Delta”, afirma o Butantan.

A Ômicron foi descoberta em dezembro de 2021 na África do Sul. Desde então, ela se espalhou por mais de 80 países no mundo e “se tornou a cepa dominante em todo o mundo, superando a Delta, cujos sintomas são mais semelhantes aos de um resfriado”, completa a entidade. O estudo que serviu como base de dados analisou sintomas entre 62 mil participantes vacinados no Reino Unido, que testaram positivo para a Covid-19 entre 1º de junho e 27 de novembro de 2021. O estudo foi feito quando a Delta predominava e “também foram analisados sintomas de casos positivos para Covid-19 entre 20 de dezembro de 2021 e 17 de janeiro de 2022, quando a Ômicron já era a variante dominante”, detalha.

Sintomas e doses 

“Os sintomas foram relatados pelo aplicativo feito em parceria com o governo do Reino Unido para monitorar casos, sintomas e o avanço da pandemia no seu território. Os dados foram publicados pela plataforma em dois momentos: em abril deste ano no site e em artigo da The Lancet sobre os sintomas da ômicron em vacinados e não vacinados, e em 15/6 em uma revisão comparando os sintomas da Ômicron com os da Delta”, afirma o Instituto Butantan.

Segundo o órgão, pessoas com esquema vacinal completo contra o Coronavírus, ou seja, com ao menos duas doses aplicadas, que foram infectados com a Ômicron, informaram os seguintes sintomas, em sua maioria, nesta ordem: coriza, dor de cabeça, espirro, dor de garganta e tosse persistente. Para pessoas que tomaram apenas uma dose, a sintomatologia é nesta ordem: dor de cabeça, coriza, dor de garganta, espirro e tosse persistente. Não-vacinados apresentam a sequência de sintomas iniciando com dor de cabeça, indo para dor de garganta, coriza, febre e tosse persistente.

Pessoas vacinadas contra a Covid-19 que pegaram a doença pela variante Ômicron contam raramente com confusão mental e perda de olfato, algo que ocorre em apenas 20% dos casos. Além disso, é muito raro que imunizados apresentem sintomas respiratórios graves que causam hospitalização.

Duração menor dos sintomas em vacinados  

“Embora todos os imunizantes disponíveis contra a Covid-19 não impeçam a infecção pelo SARS-CoV-2, os pesquisadores britânicos descobriram que os sintomas da ômicron duram menos em pessoas vacinadas do que em não vacinadas.  Segundo o levantamento, a duração dos sintomas na Ômicron foi de 6,87 dias, em média, contra 8,89 dias da Delta”, relata o Butantan. “Esta é mais uma evidência para sugerir que as vacinas, apesar de terem sido desenvolvidas antes da ômicron, ainda ajudam a prevenir sintomas duradouros nos infectados”, informa  o comunicado da ZOE COVID STUDY.

Segundo o estudo científico, “com uma duração mais curta dos sintomas na população vacinada, isso sugere que o tempo de incubação e o período da infecção por Ômicron também podem ser mais curtos”, completa.  “Embora sejam necessárias mais pesquisas, a ômicron é provavelmente menos grave do que a delta – tanto em termos de gravidade dos sintomas quanto no número de hospitalizações – porque a delta é melhor em infectar células pulmonares do que a ômicron, que entra em outras células da mucosa”, ressalta.

Riscos para pessoas mais vulneráveis

“Embora os sintomas da Ômicron sejam menos graves do que os da delta ou outras variantes anteriores do coronavírus, os pesquisadores destacam que ainda existem riscos ao contrair Covid-19, entre eles a Covid longa, especialmente na população mais vulnerável – crianças, não vacinados, pessoas com comorbidades e imunossuprimidos”, afirma a assessoria do órgão científico. 

O estudo aponta uma apresentação clínica diferente dos sintomas nos infectados com a Ômicron em comparação com a Delta. “À medida que estamos nos afastando ainda mais do paciente médio com sintomas aprovados, ou seja, febre, tosse persistente, perda de olfato, nossos resultados apontam para uma seleção diferente de sintomas que podem indicar infecção. Para proteger os outros, ainda é importante se isolar por cinco dias assim que notar algum sintoma”, finaliza a pesquisadora do King’s College London, Cristina Menni. 

Com informações do Instituto Butantan

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Leonardo Quintana Bernardi

Jornalista graduado pela PUC-PR com atuação desde 2012 no jornalismo impresso, online e em audiovisual, bem como em assessoria de comunicação. Já trabalhou em órgãos públicos, jornais locais, freelances em veículos de alcance nacional e desempenha suas funções na Folha do Litoral News desde 2017. Defensor do jornalismo como meio de transformação social.