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Coronavírus

Gestantes e puérperas estão incluídas no grupo de risco

Médico obstetra esclarece questões sobre o tema (Foto: Ilustração)

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O Ministério da Saúde (MS) recentemente, colocou as gestantes e puérperas no grupo de risco para a Covid-19 como precaução. O médico ginecologista e obstetra há 30 anos, Antônio Marinho Falcão Neto, esclareceu quais são os riscos e quais cuidados devem ser tomados para garantir a saúde das mulheres que vivem sua gestação em meio à pandemia.

O MS toma como base os casos de H1N1 e afirma que gestantes e puérperas são mais vulneráveis a infecções. “Estudos científicos apontam que o vírus H1N1 pode apresentar letalidade nesses grupos associados à história clínica de comorbidades dessas mulheres. Sendo assim, para a infecção pela Covid-19 o risco é semelhante pelos mesmos motivos fisiológicos, embora ainda não tenha estudo específico conclusivo. Portanto, os cuidados com gestantes e puérperas devem ser rigorosos e contínuos, independentemente do histórico clínico das pacientes”, divulgou o Ministério da Saúde.

O médico ginecologista, Dr. Falcão, lembrou que o novo Coronavírus é algo ainda muito recente e, apesar de já haver algumas publicações sobre a doença, nem todas tem evidência científica muito forte. “Esses estudos normalmente são longos e com grandes populações. O que a gente mais tem visto é a opinião de especialistas, mas não é um nível bom de evidência científica. Os melhores são os estudos de longo prazo, são mais demorados e mais consistentes”, disse Dr. Falcão.

O que muda?

Segundo o médico, a mulher quando engravida tem seu sistema imunológico alterado. “Isso faz com que ela responda como todo mundo a uma infecção viral, tanto que muitas gestantes ficam gripadas, mas existem estudos anteriores que dizem que elas podem ter uma resposta pior, por isso esse grupo foi incluído na categoria de risco”, explicou Dr. Falcão. “Existe uma recomendação para as empresas, que não é uma obrigatoriedade, delas serem afastadas do trabalho, tirar férias, trabalhar em home office. As empresas maiores e mais organizadas já fizeram isso”, completou o médico.

O acompanhamento ao pré-natal deve continuar normalmente. “O sistema público de saúde tanto público como privado deve se organizar para que isso continue, assim como todos os exames, que devem continuar. Como a gente tem medidas gerais contra o Coronavírus, como uso de máscaras e isolamento, isso tem que ser obedecido pelas gestantes. Aquelas pessoas que fazem quimioterapia e precisam sair de casa, precisam tomar mais cuidado, assim como as gestantes, tem que ter cuidado ao ir para as consultas, não ficar aglomerada nas salas de espera e nos postos de saúde”, orientou Dr. Falcão.

Preocupação com o parto

O médico salientou que pode haver o risco de uma contaminação cruzada nos hospitais. Se uma gestante apresentar sintomas respiratórios e estiver no final da gravidez, ela será colocada em isolamento para que não haja contaminação. “A indicação do parto, seja por via natural ou cesárea, é obstétrica. A infecção ou a suspeita de infecção pelo Coronavírus não indica um tipo de parto. Seguimos as evidências científicas que já temos em relação a outras doenças”, ressaltou Dr. Falcão.

Transmissão para o feto

“Não existe até agora nada descrito a respeito do Coronavírus sobre transmissão materna, como existe para o HIV, por exemplo, para o filho. Não há nenhuma confirmação, então, teoricamente, não passa para o feto. Em determinados casos, esses bebês ficam isolados de suas mães pelo risco de contágio. Se há uma mulher com suspeita de infecção respiratória por Coronavírus que dá a luz, o bebê fica afastado da mãe porque pode haver a infecção no contato com a mãe”, concluiu Dr. Falcão.

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