Não é novidade a atuação do projeto Paranaguá Mais Cores no município, algo elogiado pela população e divulgado na Folha do Litoral News desde 2019 quando foi criado. Entretanto, em 2022, a iniciativa não somente demonstrou que sobreviveu à pandemia, como também foi ampliada, criando 15 novos painéis a céu-aberto em Paranaguá e ampliando sua atuação para outros municípios do litoral. Os articuladores e idealizadores do projeto, Giovanni Negromonte, o “Gio Negromonte”, e João Ricardo Guimarães, explicaram a dinâmica coletiva do projeto, com artistas espalhando suas obras por muros da região, bem como oficinas que foram realizadas em unidades públicas de ensino de Paranaguá e que continuarão sendo ministradas em 2023, frisando a necessidade de apoio em recursos do Poder Público e do setor privado para que a arte urbana prossiga crescendo em Paranaguá por meio da iniciativa que já demonstrou ser um sucesso.
“2022 foi um ano importante para a gente, pois foi quando conseguimos retomar as atividades no pós-pandemia, pois durante a pandemia ficamos praticamente parados. Neste ano começamos a voltar, dentro da lógica do edital do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura do Paraná (Profice) com uma estrutura muito maior e com o Festival de Arte Urbana, algo que nunca tivemos antes, contando com uma equipe maior e desenvolvendo melhor”, afirma Gio Negromonte. Segundo ele, desde o início da iniciativa, desde o início do projeto foram criadas de 30 a 40 obras. “Em 2022 foram feitas aproximadamente 15 obras de maneira geral, três por fora e 12 dentro do Festival de Arte Urbana do Pguá Mais Cores. No festival foram feitas nove obras em Paranaguá e três fora do município em Matinhos, Guaratuba e Morretes. Conseguimos expandir o Paranaguá Mais Cores para todo o litoral”, completa.
Balanço do ano
“O balanço de 2022 foi positivo, porque através do financiamento com o edital do Profice conseguimos entregar painéis com qualidade superior, remunerando toda a cadeia produtiva do processo, quem fez a pintura de fundo, os artistas, videomaker, fotógrafo, assessor de imprensa, produtores executivos do projeto. Desta forma, conseguimos elevar o nível do Paranaguá Mais Cores tendo recursos”, salienta João Ricardo. “Queremos continuar contando a nossa história, valorizar os espaços públicos e privados, mudar a paisagem urbana com qualidade de vida e bem-estar”, reforça, destacando que os painéis democratizam a arte urbana para um número imenso de pessoas de forma cotidiana.
Negromonte afirma que ele e João, bem como os participantes, compreendem o Paranaguá Mais Cores como um mecanismo potente de propagar a arte e seja acessível às pessoas. “Esse acesso é concedido por meio deste museu de arte urbana a céu aberto, então as pessoas que antes caminhavam no cinza, passam a andar em um ambiente mais lúdico e colorido, algo que afeta o dia-a-dia das pessoas com a arte, com elementos da tua cultura, que te faz refletir, pensar e te dar uma alegria, quebrando a monotonia do cinza. Essa galeria ao mesmo tempo consegue tirar a arte apenas dos seus locais de pertencimento que são os museus, cinemas e teatros, levando isso a espaços públicos, democratizando esse acesso para todas as pessoas de forma gratuita”, detalha.
Sociedade e arte
“Entendemos a arte para ser utilizada como algo que possa transformar a realidade da sociedade. Quando levamos a arte para um colégio e fazemos com que as crianças pintem este local, elas passam a entender a arte para além do mero entretenimento, conseguindo perceber as cores de forma a melhorar o local onde o aluno está inserido. Se antes o colégio estava todo cinza, sujo, largado, quando o projeto vem ele transforma tudo em colorido”, explica, destacando que o projeto chegou em 2022 a unidades de ensino, como a Escola Municipal de Ensino Especial Eva Cavani, bem como a asilos como o Lar dos Idosos Perseverança. “A criança, o idoso ou o adolescente, quem participa da oficina, do projeto, consegue ver como o lúdico pode mudar aquela realidade para além de um mero entretenimento, é a mudança de verdade através de cores”, salienta.
2023
“A ideia para 2023 é aumentar o número de ações coletivas realizadas pelo Paranaguá Mais Cores, como, por exemplo, os mutirões de pintura. Buscaremos realizar cada vez mais oficinas em unidades de ensino para aprofundar e difundir cada vez mais aos jovens a arte urbana. Sabemos qual é a potência de demonstrar como a arte é um mecanismo potente de mudança da sociedade. Queremos realizar mutirões e todas as formas possíveis participativas, integrando a sociedade ao projeto, fazendo com que ela seja parte da mudança. Quando a pessoa trabalha junto, atua junto, ela começa a sentir pertencimento e entender o potencial que isso tem. Nada mais importante para alguém do que participar algo”, afirma Gio.
Guimarães salienta ainda que em 2023 a missão contínua segue sendo fomentar o projeto, fazer ele resistir em prol da cultura local e arrecadar recursos. “Esperamos poder articular um apoio da Prefeitura, até porque o projeto de incentivo ao grafite foi aprovado na Câmara, isso se tornou lei e foi sancionado pelo prefeito. Procuramos agora que venha um diálogo para mantermos o projeto ativo na cidade, bem como também o apoio do setor privado, mediante empresas, para conseguir manter o Paranaguá Mais Cores rodando em 2023”, explica.
Os idealizadores afirmam que o objetivo no ano que se inicia é pintar ao menos 15 painéis. “De 15 em 15 vamos somando, ocupando espaços de telas, murais e, ao longo do tempo, tendo esta gama de obras, conseguimos ter um novo festival com uma rota mais estabelecida, consolidada, para poder até mesmo refazer essas pinturas”, detalha Negromonte. “Fica o chamado para que em 2023, as pessoas participem do projeto de todas as formas possíveis, seja acompanhando as redes sociais, participando dos mutirões, financiando por meio dos financiamentos recorrentes que a gente necessita”, ressalta Gio.
Como acompanhar e apoiar
O Paranaguá Mais Cores divulga as suas ações pelas redes sociais no Instagram @pguamaiscores e no Facebook https://www.facebook.com/pguamaiscores . “Em 2023 prosseguiremos necessitando de incentivos coletivos das pessoas para que possamos conseguir manter o projeto ativo, colorindo a cidade e atuando para a melhora do nosso patrimônio e sociedade colocando artes em espaço público”, reforça Negromonte. “Nas redes sociais há o cadastro de voluntários para quem quiser participar das ações coletivas, os próximos mutirões serão anunciados de forma ampliada para que toda população acesse e participe dele”, afirma.
“É muito importante que as empresas participem, pois elas conseguem com o capital dinamizar as nossas ações. Com esses recursos conseguimos fazer aquisição de materiais, trazer artistas de outros lugares, conseguindo pagar minimamente toda esta cadeia produtiva que envolve o trabalho do Paranaguá Mais Cores”, ressalta Negromonte. “Quem quiser ser voluntário, assim como ceder muros, aceitamos de bom grado. O projeto continua nas escolas, temos como foco em contrapartida a atuação nas unidades de ensino as oficinas de treinamento e lúdicas com arte”, finaliza João Ricardo.
