NOVO TÉCNICO
Quando ninguém esperava, muito menos eu, o Guilherme Macuglia foi embora para o Rio Grande do Sul, comandar o Ypiranga de Erechim. Depois de uma pré-temporada de indicar jogadores, de se adptar à cidade, no primeiro canto da sereia, lá se foi o bom Macuglia. Imagino a desilusão do presidente Tiago Campos e do seu departamento de futebol, muito bem comandado pelo Robert. Assim fica ainda mais difícil de fazer futebol, fora da primeira e segunda divisão do Brasileirão. Seja como for e pelo motivo que for, chegou o novo técnico do Rio Branco, nada mais nada menos que o experiente Ary Marques, velho conhecido de todos nós. Ary foi um jogador que venceu pela garra e determinação, muito mais do que pela técnica, no Colorado hoje, Paraná Club. Ficou conhecido como o coração da vila. A carreira de técnico começou no próprio Colorado e ganhou o Mundo, foi várias vezes campeão no Mato Grosso chegando a técnico da Seleção do Líbano. Ano passado treinou o J.Malucelli classificando o time com folgas, a surpresa foi a derrota em casa para o PSTC, que lhe tirou a possibilidade de prosseguir na competição. Daqui do meu canto desejo toda sorte do Mundo ao Ary Marques, que o seu trabalho frutifique em benefício do Leão da Estradinha e da sua carreira de treinador.
O MILAGRE NA MORTE
Como muitos desportistas fui me despedir do brilhante advogado Domingos Moro, falecido prematuramente em seu apartamento no Rio de Janeiro, velado nas dependências da Vaticano, em Curitiba. Como de costume nestas ocasiões, encontrei muita gente conhecida do esporte e da política. Todos consternados com o ocorrido, todos com elogios e qualidades pessoais e profissional do Moro. Um detalhe entretanto chamou atenção, cobrindo a câmara mortuária, as bandeiras da dupla Atletiba. Coxa de coração, Moro prestava serviço ao Atlético como profissional. O respeito ao seu trabalho aliado a sua preferência clubistíca, proporcionou o milagre na sua morte, a união entre Coritiba e Atlético. Só os espíritos de luz conseguem este fato. Descanse em paz Domingos Moro.
DI STEFANO: O PELÉ RUIVO
Alfredo Di Stefano nasceu em 4 julho 1926 no bairro do Boca, em Buenos Aires. Jogou no River Plate na liga pirata da Colômbia até chegar ao Real Madrid, na Espanha. Nos dez anos de Real ganhou oito vezes o Campeonato Espanhol e foi cinco vezes consecutivas Campeão da Europa, uma marca inigualável até hoje. Lenda como jogador. Sua estreia como profissional no River foi adiada por uma semana, pela morte do ex- presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, famoso líder Mundial na época da Guerra, considerado um pacifista até que os japoneses atacaram Pearl Harbor em 1941, o resto da história todos sabem. Roosevelt, ao contrário de Di Stefano, não podia jogar futebol, pois tinha poliomelite e comandava a maior nação do Mundo em sua cadeira de rodas. Quis o destino que Roosevelt morresse no dia da estreia de Di Stefano como titular do River contra o Newlls Old Boys, em 12 abril 1945. O Mundo prestou homenagem a Roosevelt e na Argentina cancelaram a rodada do Campeonato. Di Stefano, que tinha convidado parentes e amigos para assistir sua estreia como profissional, ficou transtornado. "Não entendo como um sujeito morre a quilômetros da Argentina, nem é argentino, e adiam a rodada justamente no dia da minha estreia no time principal". No domingo seguinte Di Stefano finalmente pode jogar, contra o Huracan, atuou tão bem que se tornou titular absoluto pelo resto da sua vida de atleta por onde andou. Os saudosistas o chamam de Pele ruivo. No jardim da sua casa, em Madrid, mandou colocar uma bola de mármore branco com os seguintes dizeres: "Graças Vieja. Precisa dizer mais".
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