O LEÃO DA ESTRADINHA
Era domingo dia de futebol, como diz a canção de Milton Nascimento, famoso cantor e compositor mineiro. Por volta do meio-dia comecei a descer a serra rumo a Paranaguá, estrada bem cuidada fruto do pedágio, a meu ver com preço acima do normal. Depois de almoçar no Danúbio Azul, com aquela qualidade e aquele atendimento nota dez, fui para a Estradinha participar da abertura de jornada da Rádio Ilha do Mel FM, com o comando do velho amigo Valdir Braz. Próximo à hora do jogo Rio Branco x Toledo, me meti na torcida do Leão e como sempre, fui recebido com carinho pelos parnanguaras. No primeiro tempo, o Toledo valorizou mais a posse de bola e controlou o jogo, que terminou sem abertura de placar. Na segunda etapa, o experiente técnico do Rio Branco Macuglia, trabalhou muito e bem, mesmo tendo sofrido um gol no início do segundo tempo, a equipe não se abateu. Com as suas substituições, o time cresceu de produção, apesar de ter perdido um pênalti, foi organizado em busca da vitória. Com a participação importante da torcida, que jogou o tempo inteiro ao lado do Leão, os briosos atletas encontraram o caminho do gol e ganharam o jogo por 2×1. Vitória da garra da organização e da magia da velha Estradinha. Foi um domingo e tanto. Retornei debaixo de chuva para Curitiba, com a alma lavada pela grande virada do Rio Branco, o Leão da Estradinha.
DESTAQUES
Começo pelos vencedores. No banco, o técnico Guilherme Macuglia foi soberbo, não errou uma das substituições, pelo contrario acertou todas. A defesa se portou bem. Darlan foi determinado seguro, Leandro Cardoso botou ordem na cozinha, Oberdan e Diego Prates bem defensivamente, Diego tem mais potencial no apoio. Thiago Pedra e Camargo, soberbos na marcação e na saída de bola curta; Minho faz o diferente, veloz, drible, raciocínio rápido, se tiver regularidade vai ser destaque do campeonato. Fidel mostrou potencial, Rafael Paraíba numa difícil posição, guerreiro fez gol importante. Juninho, Erick e Tiago Santos, entraram bem. Deixo propositadamente Dalton e Rafael Tavares para análise final do Rio Branco; Dalton seguro passa confiança para o time foi um paredão, se tiver pouca idade vai longe como goleiro. E Rafael Tavares o camisa dez, fez um partidaço. Trata a bola com carinho, certeiro no passe e no drible, tem a categoria dos velhos meia canchas. Dirão : errou o pênalti, digo Zico também errou, e daí? Sua participação no jogo foi soberba. No Toledo, o primeiro destaque foi o coletivo, time que sabe o que quer, bem treinado. Seu grande destaque individual foi Léo Gonçalves, o também camisa 10. Fez tudo bem feito, inclusive o gol. Partidaço. Trio de arbitragem normal.
DOMINGOS MORO
Conheci o Moro em 1994, quando era supervisor do Coritiba, apresentado pelo diretor de futebol Edson Mauad. Vinha de uma família de coxas e estava disposto a colaborar com o clube. Evangelino Neves então presidente me disse: “menino inteligente de família muito boa, vai aprender rápido os caminhos da bola, tenha paciência com ele”. Dito e feito. Moro teve uma trajetória rápida e de sucesso no Coritiba, ajudando os coxas a conquistarem uma vaga na sonhada Libertadores. Por problemas políticos internos deixou o Coritiba, andou flertando como comentarista, e acabou se tornando um grande advogado em direito esportivo. Reconhecido nacionalmente por suas qualidades, era o advogado das causas esportivas impossíveis. Foi inclusive defensor jurídico do Rio Branco em algumas ocasiões. Culto, alegre, às vezes debochado, sempre elegante e educado principalmente com as mulheres e os filhos dos amigos. Por ironia do destino, aliado a sua capacidade, nos últimos anos era advogado do Atlético. Sonhava em ser presidente do seu Coritiba, não contava com a visita da morte, tão cedo! Domingos Moro deixa uma legião de amigos e muitos ensinamentos. Descanse em paz, amigo.
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